Chega a quatro o número de mulheres que acusam médico de cometer estupros

Subiu para quatro o número de mulheres que denunciou o clínico geral Júlio Adriano da Rocha Carvalho por abusos sexuais cometidos durante consultas médicas em Manaus.

Gláucia* foi descoberta pelo delegado Marcelo Martins, que preside o inquérito, após ela fazer um comentário na rede social Facebook em que dizia também ter sido aliciada pelo médico. A polícia acredita que o número de vítimas seja maior. “Eu quero que ele apodreça na cadeia. No início do ano passado fui atendida por esse médico… E também fui aliciada por ele”, escreveu a mulher na postagem.

De acordo com a polícia, a vítima não registrou Boletim de Ocorrência (B.O) na época, mas concordou em ser ouvida no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde o inquérito foi instaurado para investigar os casos de estupros praticados por Júlio Adriano. Segundo a mulher, o caso aconteceu na clínica particular, onde o médico trabalhava, no Centro. Ontem, Martins afirmou que as investigações não terminaram.

O delegado destacou que o quarto caso será apurado e depois das investigações serem concluídas, será encaminhado à Justiça para ser aditado no processo que está tramitando na 4ª Vara Criminal.

A denúncia

A cobradora de ônibus Rosana* e a professora Dayana* afirmam terem sido estupradas pelo médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campos Sales, na Zona Oeste, em 2016, enquanto a estudante Fernanda* disse ter sido abusada sexualmente numa clínica particular, no Centro. As investigações começaram em julho do ano passado com a denúncia feita pela estudante. No decorrer das investigações, a polícia chegou às duas primeiras vítimas do médico.

As mulheres afirmam que o médico aproveitou da condição delas de paciente para estuprá-las dentro de consultórios durante atendimentos médicos. Segundo elas, Júlio Adriano trancava a porta do consultório e as atacava, passando as mãos nos seus seios, tentando beijá-las à força e em uma delas tentou fazer penetração.

“Ele abaixou minha calça, tocou na minha vagina, colocando a mão por dentro da minha calcinha. Eu fiquei em estado de choque e não consegui gritar. Ele colocou o pênis para fora, pegou uma camisinha em uma bolsa e tentou me penetrar. Ele me segurava com força, me fez sentar e tentou fazer sexo oral”, contou a estudante.

Inscrição suspensa

Ontem, A Crítica tentou contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam) para comentar o caso, porém não obteve êxito. Na semana passada, o Conselho informou que em cumprimento a ordem judicial, suspendeu a inscrição do médico.

Prisão preventiva pode ser decretada a qualquer momento.

O médico Júlio Adriano da Rocha Carvalho já foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por estuprar três pacientes e pode ter a sua prisão preventiva decretada a qualquer hora, conforme disse o promotor de Justiça Ednaldo Medeiros. “A prisão preventiva sempre depende das análises de novos elementos e novos elementos existem. Estes estão sendo avaliados”, disse.

De acordo com Medeiros, o processo está andando normalmente e as diligências que foram encaminhadas pelo delegado Marcelo Martins, que está presidindo as investigações, estão sendo analisadas.

O promotor também destacou que pediu à Secretaria de Segurança Pública (SSP) para informar, em um prazo de 10 dias, os motivos pelos quais as duas primeiras denúncias feitas contra o médico, ainda em 2016, no 20º Distrito Integrado de Polícia (DIP) não terem sido investigadas.

*Nomes fictícios para preservar a identidade das vítimas.

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Fonte: Portal A Crítica

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