Quando policiais federais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do investigador da Polícia Civil Marcelo Marques de Souza, o Bombom, em 17 de dezembro, foram encontrados R$ 200 mil, em dinheiro vivo, além de planilhas nas quais havia valores recolhidos de comércios — parte deles ilegais.
Bombom é um dos 26 alvos presos, até o momento, suspeitos de envolvimento no assassinato do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach — executado com dez tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana.
Conhecida entre policiais corruptos como “recolha”, a prática de cobrar propina era feita, segundo a lista encontrada na residência de Bombom, em casas de prostituição — especificadas nas planilhas como “puteiros” –, casas de jogos ilegais, desmanches de veículos, postos de combustíveis e lojas de celulares, nas quais eram vendidos aparelhos provenientes de supostos contrabandos.
Os valores eram pagos, nesses casos, para que os negócios clandestinos, ou com irregularidades, pudessem ser administrados sem interferência policial.
Com seis páginas, a lista de Bombom teria rendido, somente em um mês, R$ 518.200, como mostra investigação da Polícia Federal (PF) obtida pelo Metrópoles.