“Mídia golpista e mentirosa”, “Jornalistas viciados em drogas” e “Mourão idiota”, esse é Olavo de Carvalho falando verdades

Em uma homenagem ao escritor conservador Olavo de Carvalho, que foi organizada pelo ex-estrategista de Trump e agitador de movimentos populistas de direita Steve Bannon. Olavo de Carvalho teceu comentários polêmicos e treteiros contra o vive-presidente e a imprensa brasileira.

Questionado se estava otimista com o Brasil, Olavo de Carvalho afirmou: “Não, não, não. Vou ser sincero. Eu amo esse cara, o Bolsonaro. Mas ele está rodeado de traidores, eu não confio em praticamente ninguém no governo exceto nele”, disse Olavo, que estará com Bolsonaro neste domingo, 17, em jantar na residência do embaixador do Brasil nos EUA. Depois do evento, a jornalistas, Olavo chamou o vice-presidente Hamilton Mourão de “um cara idiota”. “O presidente viaja e qual a primeira coisa que ele faz? Viaja a São Paulo para um encontro político com Doria. Esse cara não tem ideia do que é vice-presidência. Durante a viagem, ele tem que ficar em Brasília”, afirmou Olavo. Ele disse que Mourão, desde a posse, mudou de lado e é “pró-aborto, pró-desarmamento e pró-Nicolás Maduro”.

Ao dizer que Jair Bolsonaro está “de mãos amarradas”, Olavo de Carvalho afirmou que a situação do governo vai mal. “Se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal, é só continuar isso mais seis meses e acabou”, disse o filósofo a jornalistas após evento em Washington, organizado por Steve Bannon.

Ele aponta como problema a mídia e os conselheiros do presidente. Olavo afirma que a mídia tenta dar um “golpe de estado” e publica “mentiras” contra o presidente. Segundo ele, o presidente não leva as questões para a justiça porque os militares no governo não deixam.

“Ele não reage porque aquele bando de milico que o cerca é tudo um bando de cagão, que tem medo da mídia. Por que eles têm medo da mídia? Porque quando terminou a ditadura militar, eles viram que estavam todos queimados com a mídia, foram para casa e decidiram agora fazer o papel de bonzinho. O que o Bolsonaro tem a ver com isso? Nada”, disse Olavo.”É um homem sozinho, não pode confiar nos que o cercam, não pode confiar na mídia.”

Críticas à imprensa permearam todo o evento. Olavo disse que os jornalistas fazem parte de uma elite intelectual e que os formadores de opinião estrangeiros precisam buscar outras formas de ter informação sobre o País, que não via imprensa. Ao falar sobre a imagem de Bolsonaro no mundo – criticada de veículos estrangeiros por posições consideradas racistas e preconceituosas -, Olavo afirmou que “a imagem é um mito criado pelos jornalistas”. “Os jornalistas brasileiros são, a maioria, viciados em drogas. Não estou exagerando”, afirmou.

Eduardo Bolsonaro também criticou a imprensa e disse que “as pessoas não acreditam mais na mainstream media”, dizendo que canais alternativos de apoio ao governo têm mais engajamento nas redes sociais do que o dos jornais tradicionais. “Isso é poder, o poder está conosco agora”, disse Eduardo.

O evento reuniu cerca de 60 pessoas em uma sala do Trump Hotel, reduto de republicanos, entre americanos e brasileiros. Diplomatas da embaixada do Brasil em Washington estiveram presentes, entre eles Nestor Forster, cotado para assumir o posto de embaixador nos EUA. Ex-embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon era um dos convidados presentes.

A aproximação do clã Bolsonaro com Bannon incomoda parte da Casa Branca. O ex-estrategista de Trump foi demitido em 2017 e já foi chamado de traidor pelo próprio Trump. Nos EUA, parte do governo americano vê com maus olhos a proximidade entre o filho de Bolsonaro e Bannon – que também foi convidado para o jantar com o presidente. O evento de sábado foi uma exibição do filme Jardim das Aflições, de Josias Teófilo, sobre Olavo de Carvalho.

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