Programação abre semana da Síndrome de Down

Na próxima quinta-feira (21) é o Dia Internacional da Síndrome de Down. É uma condição genética, não uma doença. Cerca de 300 mil pessoas têm essa condições, como aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste domingo (17), na praça Batista Campos, em Belém, começou uma programação de valorização e conscientização que deve durar a semana toda.

Um dos principais eventos deste domingo foi a quinta Caminhada da Síndrome da Down. O projeto tem apoio da Fundação Cultural do Município de Belém (Funbel). Dezenas de pessoas participaram da caminhada, que circulou a praça Batista Campos. No centro da praça, vários serviços de informação, saúde e lazer estavam concentrados.

“Essa caminhada é alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down. Não se trata de uma celebração, mas uma data de conscientização da sociedade. Pessoas com Down são cidadãos e têm direitos: educação, saúde e, principalmente, a uma vida autônoma e feliz. É uma condição genética, não uma doença”, diz a professora Andreia Miranda. Ela é coordenadora do Núcleo Amazônico de Acessibilidade e Tecnologia (Acessar), da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

Na praça, além de atividades esportivas, dança e brincadeiras, houve apresentações e aulas com a Orquestra Sinfônica da Política Militar, do grupo Viver Alegria, da Fundação Pestalozzi, do Grupo de Mães da APAE e apresentação de trabalhos desenvolvidos por instituições cuidam de pessoas com Síndrome de Down.

Apesar de as pessoas com Síndrome de Down terem algumas características físicas, como os olhos amendoados e alguma deficiência intelectual, a professora Andreia é enfática: não é sinônimo de incapacidade. “Há mitos sobre sexualidade aflorada. Não é verdade. São pessoas iguais a todas as outras. Os principais desafios estão em eliminar os limites que são impostos a essas pessoas. Eles pensam e agem. Não devemos tratar como pessoas que têm deficiente. Por sinal, aprendemos muito com elas”, comenta.

Romeu Ferreira dos Santos Neto, de 35 anos, tem a síndrome. Mas se alguém ainda carece de provas, de que pessoas com essa condição genética não são “diferentes”, ele é um exemplo, É fotógrafo, poeta, escritor (tem dois livros publicados) e documentarista. Presente na programação da praça, também se considera um ativista da população Down. E possui opiniões políticas bem fundamentadas.

“A causa dessa programação toda é linda e justa. Infelizmente, há certos tipos de preconceitos que são disseminados. Por sorte, eu nunca sofri com isso. Mas não é todo mundo. Há uma Fico feliz em ver tantas pessoas reunidas. Espero que a nova presidência do Brasil consiga criar políticas para provar que síndrome de Down não é doença”, comentou Romeu.

Denise Costa é coordenadora do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec). Para ela, a prioridade é a inclusão social. Há várias estratégias e capacitação de profissionais de todos os níveis da educação para lidar com quem tem Síndrome de Down.

“Como conquista, considero que já saímos da condição de sensibilização. Estamos executando políticas de acessibilidade e inclusão. Começamos a conquistar o respeito e o amor ao próximo. As famílias estão fazendo parte da escola. Estamos fazendo uma tríade de políticas públicas: educação, saúde e assistência social. Acredito que no Brasil todo estamos avançando, na justiça, no esporte. Precisamos vencer as barreiras das atitudes e do preconceito. Amor ao próximo e respeito é que precisamos”, analisa Denise.

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