Pandemia deve deixar legado de qualificação da saúde no Amazonas

Entre os pontos de fortalecimento estão a atualização das redes de distribuição de oxigênio nas unidades de saúde, com uma melhor infraestrutura e logística de transporte e distribuição do gás.

Foto: Caio de Biasi

A situação vivida pela cidade de Manaus, com o recrudescimento da curva epidemiológica da Covid-19, marcada pela presença da variante P1 do SARS-CoV-2, deve criar expertise para o enfrentamento da pandemia e deixar um legado para a qualificação da Saúde em todo o estado.

Entre os pontos de fortalecimento estão a atualização das redes de distribuição de oxigênio nas unidades de saúde, com uma melhor infraestrutura e logística de transporte e distribuição do gás. Além disso, deixar uma maior autonomia da rede hospitalar e de assistência de média complexidade para o abastecimento de oxigênio, a partir da instalação de usinas geradoras do gás medicinal na capital e no interior.

A situação também provocou a ampliação de leitos clínicos e de UTI no estado, além de treinamentos de pessoal, aquisição de novos equipamentos e fixação de protocolos; maior protagonismo da Atenção Primária à Saúde – com reforço de pessoal, treinamentos e consolidação das UBSs como porta de entrada da Covid-19 na rede –; além da campanha de vacinação em curso.

Entre os gargalos encontrados pelo Comitê de Crise instalado em Manaus, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), estava o aumento de mais de 300% na demanda de oxigênio na rede de atendimento, o que gerou um colapso no abastecimento do produto em janeiro.

Aviões, balsas, carretas e navios foram mobilizados para trazer o oxigênio necessário e estabilizar a oferta, seguindo um planejamento coordenado de perto pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A situação hoje é considerada equalizada, com oferta média diária próxima a 100 mil metros cúbicos.

As estratégias adotadas pela pasta no Amazonas, em parceria com os governos estadual e municipais, de dotar os hospitais que atendem Covid-19 de uma estrutura de geração de oxigênio está em pleno andamento. A meta estabelecida pelo ministro Pazuello é de instalar 74 usinas no estado, o que garantirá maior autonomia às unidades de saúde, reduzindo a dependência do abastecimento externo de oxigênio. Até está segunda-feira, 31 delas já foram instaladas, a maior parte em Manaus. Outras cinco entrarão em funcionamento nos próximos dias, no interior.

Os equipamentos ficarão de legado para a rede assistencial no pós-pandemia e sustentarão os avanços nos futuros planos para a capital e municípios, permitindo não apenas o aumento da oferta, como a qualidade do serviço oferecido.

ATENÇÃO PRIMÁRIA

Uma das primeiras providências do Ministério da Saúde no estado, ainda no início do recrudescimento da pandemia na região, foi fazer uma análise das redes de atenção básica na capital e no interior. A partir dessa avaliação, foram traçadas ações para o fortalecimento das redes, como reforço de recursos humanos, abertura de editais para o programa Mais Médicos e o empoderamento da Atenção Básica no combate à pandemia.

As Unidades Básicas de Saúde, então, passaram a ser referenciadas como porta de entrada do sistema de saúde, realizando diagnóstico clínico, testagem e conduzindo tratamento e acompanhamento do paciente. A estratégia visa evitar que esses pacientes procurem a rede de média e alta complexidade, já pressionada pelas internações decorrentes da doença. A Atenção Básica também está na outra ponta do controle da pandemia, executando a campanha de vacinação da população.

Na atenção especializada, foi ampliada a oferta de leitos clínicos e de UTI. Parte deles será mantida no pós-pandemia, ampliando a rede de assistência para outras áreas da Saúde.

Durante o período mais crítico da pandemia, foi colocado em prática um sistema de regulação interestadual para detectar vagas e transferir pacientes. Eles foram transportados com o auxílio da Força Aérea Brasileira, e acomodados em leitos de hospitais universitários disponibilizados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

BRASIL IMUNIZADO

Outra importante medida é a condução da imunização da população, processo já iniciado em todos os estados e municípios. Até a última semana, o Ministério da Saúde enviou 11,8 milhões de doses aos estados para garantir o andamento da vacinação. Mais 4,7 milhões de imunizantes do Butantan e de Oxford/AstraZeneca devem chegar ao país até o início de março.

O Amazonas já recebeu 459.420 doses, todas encaminhadas aos municípios, responsáveis pela execução do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.

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