BRASIL – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou em votação um requerimento de urgência para que o projeto sobre corrupção, aprovado na madrugada pela Câmara, fosse votado pelos senadores ainda na noite desta quarta-feira (30), mas não conseguiu.
No painel eletrônico, 44 senadores votaram contra a urgência e 14 a favor. Com a rejeição do requerimento, o projeto anticorrupção foi encaminhado para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde deverá ser debatido antes de ser votado pelo plenário.
O requerimento, apresentado por líderes de PMDB, PSD e PMDB, combinava artigos do regimento interno do Senado para que o projeto fosse colocado em regime de urgência e incluído na ordem do dia, ou seja, poderia ser votado já nesta quarta-feira.
A atitude de Renan causou indignação de parlamentares contrários à forma como o projeto foi aprovado pela Câmara, desfigurado, com várias modificações em relação à proposta original do Ministério Público.
Terminada a sessão, Renan Calheiros disse que apenas colocou o regime de urgência e que achou “muito bom” que o plenário tenha derrubado a medida.
“Houve um requerimento de senadores pedindo a urgência e a inclusão da matéria na pauta. Não havia outra solução que não consultar o plenário, deixar o plenário decidir. E o plenário decidiu que a matéria não era urgente”, disse. “Foi muito bom o plenário decidir que essa matéria não requer um tratamento de urgência, porque ela vai tramitar demoradamente na CCJ”, acrescentou.
Nenhum senador defendeu o requerimento no plenário. Os que votaram a favor da pouca vergonha do Renan são:
– Benedito de Lira (PP-AL)
– Fernando Collor (PTC-AL)
– João Alberto Souza (PMDB-MA)
– Humberto Costa (PT-PE)
– Fernando Coelho (PSB-PE)
– Ciro Nogueira (PP-PI)
– Lindbergh Farias (PT-RJ)
– Vicentinho Alves (PR-TO)
– Zezé Perrella (PDT-MG)
– Hélio José (PMDB-DF)
– Roberto Requião (PMDB-PR)
– Ivo Cassol (PP-RO)
– Valdir Raupp (PMDB-RO)
– Pastor Valadares (PDT-RO).