Esquema foi traçado na casa que pertence à família de Roberto Cidade, candidato a prefeito de Manaus, onde também havia um plano
Uso de policiais, servidores da Cosama, da Sefaz, além de esquema para driblar a Polícia Federal fazem parte de um esquema criminoso colocado em ação por integrantes da alta cúpula do Governo de Wilson Lima para tomar a prefeitura de Parintins a qualquer custo. No município o governador apóia a vereadora Brena Dianná (União Brasil).
O esquema, que conforme os próprios integrantes já foi usado em eleições anteriores, também iria funcionar na cidade de Manaus, onde o governador apoia Roberto Cidade (União Brasil).
A denúncia foi feita neste sábado (28), pelo candidato a prefeito Mateus Assayag (PSD), revelando trechos de um vídeo gravado na residência da família de Roberto Cidade em Parintins, com aproximadamente uma hora de duração, onde estão reunidos Armando do Vale (presidente da Cosama), Marcos Apolo Muniz (secretário de Estado da Cultura), Flávio Anthony (Secretário de Estado da Casa Civil), Fabrício Barbosa (Secretário de Estado de Administração), Ten. Cel. Francisco Magno Judss (comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Parintins) e um oficial da Tropa de Choque.
Na reunião gravada, os servidores do Governo do Amazonas, tramam o uso da estrutura do Estado para vencer as eleições.
O vídeo começa com uma preocupação para justificar a presença súbita de um contingente inicial de 16 policiais realizando operações pela cidade. O grupo poderia contar com 28 ao todo. “Apolo eu te digo: a gente tem que ganhar a eleição. Três policiais no Mocambo. A polícia vai pros 80% dos votos, porra!”, diz Armando do Vale durante a reunião, dando a entender um modos operandi nesse tipo de situação. “É assim que a gente trabalha. Vou pagar diárias para eles (policiais). Vou arranjar uma casa para eles”, completa.
A presença desses policiais da Tropa de Choque da polícia visaria abordar de forma seletiva opositores, como aconteceu com Rita Maria, mãe da candidata a vice-prefeita de Mateus, interceptada por policiais com arma em punho logo após receber seu salário em uma agência bancária do município.
Em outro trecho Marcos Apolo detalha como fazia para fugir da atuação da Polícia Federal durante a última eleição que reelegeu Wilson Lima governador. “Olha só, tem uma coisa que eu fiz na eleição, que vai ser legal te sugerir manter, porque eu tô preocupado em não perder as coisas… agora se vocês falarem pra não me assustar… Eu fazia uma coisa na eleição com o pessoal da Polícia Federal, era assim… que eles podem fazer com a gente. Eu tinha duas motos contratadas aqui. Uma moto eu botava monitorando o pessoal da polícia e a outra fazendo as ‘entregas’ que deveriam ser feitas. Então eles falavam: “Eles estão comendo aqui no… um sanduíche aqui no coisa. Aí beleza, tu vai ficar monitorando o cara. ‘Olha estão se movimentando’. Quando eles estavam pra um lado da cidade, eu estava pro outro”, disse Apolo defendendo que o mesmo esquema fosse usado nas eleições deste ano. A Polícia Federal deverá investigar se as ‘entregas’ se tratam de dinheiro em espécie para compra de votos.
Outra providência para compor o esquema de abuso de poder, seria o uso de fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ) para focar em empresas de aliados dos opositores de Wilson na cidade.
*Mesma estratégia em Manaus*
Diante das evidências, em Manaus acendeu o alerta de todos os adversários de Wilson Lima e Roberto Cidade, uma vez que a mesma estratégia também poderia estar em curso para tomar a prefeitura de David Almeida (Avante). O uso da residência da família Cidade para a reunião implica diretamente o candidato do governador na capital.
Polícia Federal no caso
A Coligação “Parintins em primeiro lugar” confirmou durante coletiva que já enviou para a Polícia Federal a denúncia e o vídeo completo, pedindo a prisão preventiva dos secretários envolvidos no esquema, além do pedido da presença da Força Nacional em Parintins.
O Governo do Amazonas ainda não se posicionou sobre o caso.
O espaço está aberto para que todos os citados possam se manifestar, no e-mail chumbogrossomanaus@gmail.com