Viviane de Oliveira, de 49 anos, foi atropelada por uma caminhonete no dia 1° de janeiro em Araranguá, no Sul catarinense, quando voltava de uma festa de réveillon. Ela sofreu múltiplas fraturas, hematomas nos olhos, escoriações, além de uma perfuração no pulmão, e relatou que achava, no momento, que não sobreviveria. O condutor do veículo arrastou a vítima por 14 metros, atingiu outra pessoa e fugiu do local sem prestar socorro.
O acidente ocorreu no bairro Morro dos Conventos, em Araranguá. De acordo com testemunhas, o homem que conduzia uma Chevrolet S10, entrou em uma rua na contramão e deu ré, atingindo as vítimas. Na sexta-feira (3), dois dias após o ocorrido, o suspeito se apresentou na Central de Plantão Policial e admitiu o ato, porém, a confissão não configurou como flagrante.
De acordo com o delegado Diego de Haro, responsável pelo caso, ele é investigado por tentativa de homicídio por dolo eventual. A prisão do suspeito foi decretada e ele ainda não foi localizado.
Estado das vítimas
Internada no Hospital Regional de Araranguá, Viviane se recupera do acidente. Ela teve fraturas em vértebras, escoriações nas pernas, braço e tronco, além de hematomas nos olhos. Viviane conta que o acidente ocorreu por volta das 4h30min do dia 1°, quando ela ia em direção ao estacionamento onde deixou o carro.
— Estávamos em três pessoas, subindo a rampa em direção ao estacionamento da festa de rua de Réveillon. Fomos surpreendidos pelas costas, com um carro me atropelando. Gritei, mas ele não parava, tanto que fui arrastada por 14 metros e o veículo não freava. Após isso, ele parou e foi em direção ao farol — Viviane. Ela ainda diz que pensou que não sobreviveria ao acidente.
— Meu sentimento é de impotência, porque bater, dar uma ré, machucar, eu perdoaria. Mas ele me arrastou por tantos metros e colocou a vida de famílias em risco — completa.
A mulher é autônoma e deve ficar por volta de 90 dias sem trabalhar. Além disso, segundo o hospital, é necessário tratamento e curativos diários. Ainda não há previsão de alta. Já a outra pessoa atingida, Antônio, um amigo de Viviane, chegou a receber atendimento hospitalar, mas se recupera em casa.
Polícia Civil investiga o caso
A investigação usará imagens de câmeras de segurança, conversas com testemunhas e o resultado da perícia. Conforme o delegado, o investigado assumiu ter dado ré no veículo e atropelado as pessoas.
— Ele assumiu que realizou a manobra, porém alegou que fugiu do local com medo de retaliação por parte das testemunhas presentes — explica o delegado.
O motorista é de Araranguá, e a polícia estuda a possibilidade dele estar embriagado no momento do acidente.
— O inquérito policial caminha com a indicativa de homicídio por dolo eventual, em razão da atitude praticada pelo condutor que, em marcha ré, numa situação imprudente, atropela com violência uma pessoa, passando por cima da cabeça dela com a roda da caminhonete. Além de atropelar outra pessoa e fugir do local — complementa Diego de Haro.