O general da reserva do Exército Walter Braga Netto afirmou, neste sábado (23/11), que nunca houve tentativa de golpe, “e muito menos de plano de assassinar alguém”. Ele chamou de “tese fantasiosa e absurda” a ideia de “golpe dentro do golpe”.
Chefe da Casa Civil e ministro da Defesa no governo Jair Bolsonaro (PL), além de candidato a vice na chapa à reeleição do ex-presidente, ele foi indiciado junto com outras 36 pessoas na última quinta-feira (21/11).
“Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de ‘golpe dentro do golpe’. Haja criatividade…”
Em comunicado à imprensa, a defesa de Braga Netto diz que “acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada ente envolvido nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões”.
No mesmo texto, o advogado do general sustenta que ele manteve a lealdade a Bolsonaro até o fim do governo e a mantém até os dias atuais, “por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis”.
O inquérito da Polícia Federal (PF) foi concluído na última quinta-feira (21/11), com o indiciamento de Bolsonaro, Braga Netto e outros 35 nomes por suposto envolvimento na idealização de um golpe de estado em 2022, após as eleições. O resultado da investigação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
O ministro Moraes deverá remeter à Procuradoria-Geral da República (PGR), na segunda-feira (25/11), o relatório final do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022.
O indiciamento dos investigados representa a primeira ação decorrente da conclusão do inquérito. Após essa etapa, o próximo passo é o envio dos autos à PGR.
O órgão chefiado por Paulo Gonet vai emitir um parecer sobre a consistência das provas para a denúncia, ou não, dos investigados. A PGR também pode pedir novas diligências sobre o caso. O parecer será direcionado ao ministro Moraes na sequência.
De acordo com a investigação, o plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes foi debatido na casa de Braga Netto, em novembro de 2022. A ideia, segundo a PF, era realizar uma operação clandestina antes da posse, no dia 1º de janeiro de 2023.