Com foco na prevenção, SES-AM prepara rede de saúde para uma eventual terceira onda de Covid-19

FOTO: Rodrigo Santos 

O novo Plano de Contingência do Amazonas para o enfrentamento à Covid-19 prevê um total de 3.975 leitos. Na capital, Manaus, pode chegar a 2.643, sendo 489 de UTI. No interior são 1.332 leitos, sendo 190 de suporte ventilatório. Os números foram apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) nesta quarta-feira (07/04), em audiência na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), na qual o secretário Marcellus Campêlo e sua equipe apresentaram o planejamento da secretaria para uma eventual terceira onda de Covid-19.

O planejamento leva em conta, além da taxa de ocupação de leitos, fatores epidemiológicos, para embasar tomadas de decisão. Paralelamente ao dimensionamento da rede, ações de prevenção, com foco em vigilância em saúde e nas ações da atenção básica, estão sendo reforçadas.

Número de óbitos e de casos e a taxa de positividade no diagnóstico também serão pontos decisivos para que a SES-AM mude as fases de ampliação de leitos Covid-19 na rede, servindo também como indicadores para que o Governo do Amazonas avance ou recue nas medidas de restrição de circulação de pessoas.

A equipe de planejamento da SES-AM dimensiona no plano as projeções de medicamentos, oxigênio, insumos, EPIs e recursos humanos, de acordo com a necessidade de ampliação de leitos prevista nas fases do plano, considerando a capacidade instalada na capital e no interior.

A audiência contou com a participação de representantes dos municípios, dos órgãos de controle, da Justiça, de universidades e de instituições de ensino e pesquisa para debater o enfrentamento a uma provável terceira onda de Covid-19.

O governador Wilson Lima já afirmou que, da mesma forma que vem flexibilizando nas medidas de restrição de circulação, balizado pelo recuo dos números, pode retroagir nas medidas diante de um novo agravamento da situação da Covid-19.

O número de óbitos por mês reduziu 82,5%, entre o pico da segunda onda, em janeiro de 2021, quando foram registradas 3.624 mortes, e março, com 633 registros. No mesmo período, o número de casos caiu de 62.538 para 30.810 (50,7%), já as hospitalizações reduziram de 7.698, em janeiro, para 1.189, no fim de março, queda de 84,5% na comparação mensal.

O plano de contingência está sendo atualizado a partir de discussões com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e com especialistas, que apontam para a possibilidade de uma terceira onda no Amazonas, tendo como espelho o que já está acontecendo em países Europeus. O plano está sujeito a ajustes conforme a discussão com os setores da sociedade.

Foco em prevenção – Embora o plano operacional seja voltado para a segurança da capacidade instalada da rede para garantir assistência, a estratégia principal da SES-AM é prevenção, com forte atuação na vigilância em saúde e no fortalecimento das ações de atenção básica, incluindo a vacinação.

Aumento da testagem para melhorar o diagnóstico e a vigilância genômica a fim de controlar a cadeia de transmissão do vírus, monitoramento e isolamento de casos suspeitos e confirmados para melhor tratamento aos infectados, reforçam a estratégia.

O secretário Marcellus Campêlo afirmou que o objetivo é evitar que os casos aumentem para evitar as internações e a mortalidade.

“A diferença desse planejamento é que ele não é só uma premissa de expansão de leitos. Ele tem a premissa da atenção primária, no primeiro contato, na testagem do paciente, no isolamento junto com os seus contatantes e, também, um plano de contingência no caso de abastecimento de oxigênio, da aplicação da vacinação e também nas medidas não farmacológica e, principalmente, um sistema de comunicação com a população”, afirmou.

Fases do Plano – O planejamento da SES-AM mantém a lógica de fases do planejamento anterior para iniciar, tanto a ampliação de leitos Covid-19 na rede quanto as medidas de restrição de circulação, já que se trata de uma atualização do Plano de Contingência colocado em prática no final de outubro de 2020,

Lenise Ipiranga, [07.04.21 20:14]
antes da segunda onda. A mudança de chave entre uma fase e outra será quando a capacidade instalada alcançar 75% para leitos de UTI.

Atualmente, o plano está na terceira fase podendo recuar, se os números se mantiverem em queda, ou subir para a quarta fase, em caso de crescimento. Considerando que a atual taxa de ocupação de leitos de UTI já alcançou 75%, a SES-AM já trabalha, administrativamente, os processos para ampliação de leitos no hospital Nilton Lins e mantém alerta para a virada de chave nos prontos-socorros e nos hospitais, onde leitos Covid-19 foram convertidos para atendimento de outras causas, mas que podem ser reconvertidos a qualquer momento. Também há perspectiva de aumento de leitos de UTI no HPS 28 de Agosto e no Platão Araújo.

De acordo com o plano, a capacidade de leitos de UTI exclusivos para a Covid-19 chegará a 489, com 63 leitos a mais do que foi disponibilizado no pico da segunda onda.

Entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, o Governo do Amazonas abriu 589 leitos – 210 de UTI e 379 de leitos clínicos – para o enfrentamento à segunda onda.

“São leitos novos criados em unidades de saúde, que ficam como legado para a nossa rede, não se tratam de leitos convertidos”, disse o secretário, ao ressaltar que nenhum foi desmontado e que os leitos que agora estão sendo destinados para outras causas de internação, no momento de baixa das internações por covid-19, podem ser reconvertidos.

Cadeia de suprimentos – Conforme o que foi apresentado no plano, a capacidade de produção de oxigênio local poderá chegar a 60 mil metros cúbicos. O consumo atual está em 19 mil metros cúbicos. Parte do aumento se deve à entrada em operação de uma nova planta da empresa White Martins, que fez crescer a produção da fornecedora do Estado para 36 mil metros cúbicos.

Somam-se ainda a produção de 38 usinas em operação com capacidade de geração de 16,3 mil metros cúbicos por dia. O restante se completa com a produção de outras empresas que fornecem para a rede privada.

O planejamento de suprimentos, como o oxigênio, está previsto na matriz de risco, assim como está sendo planejada toda a cadeia de suprimentos, desde de EPI aos medicamentos e recursos humanos.

FOTO: Rodrigo Santos

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