Transmissão de HIV, sífilis e hepatite da mãe para o bebê durante gestação e parto é tema de seminário da prefeitura

Fotos - Divulgação/Semsa

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realiza, nesta quinta e sexta-feira, 7 e 8/11, no auditório da Faculdade Martha Falcão, localizado na rua Natal, nº 300, bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul, o 1º Seminário Municipal de Boas Práticas para Eliminação da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais B e C.

A programação vai reunir 250 profissionais, entre médicos, enfermeiros, gestores das unidades de saúde, gerentes de Vigilância e Atenção em Saúde, técnicos de áreas como Saúde da Mulher, da Criança, de prevenção e controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Assistência Farmacêutica e Saúde do Homem, além de representantes de Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

A diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e de Saúde do Trabalhador (Dvae), Marinélia Ferreira, explica que a transmissão vertical ocorre quando as mães transmitem a infecção para o bebê durante a gestação e parto, ou durante a amamentação no caso do vírus HIV, representando um grande desafio para a saúde pública, já que envolve uma série de ações que vão desde Educação em Saúde até serviços de prevenção, diagnóstico, acompanhamento adequado no pré-natal, parto, puerpério e no seguimento do atendimento da criança.

“O seminário foi organizado com o objetivo de reforçar junto aos profissionais as informações mais atualizadas sobre as estratégias de combate à transmissão vertical e o fluxo de atendimento, assim como promover a troca de experiências locais e regionais. O município também está buscando a certificação da eliminação da transmissão vertical e o seminário será uma oportunidade para esclarecer como cada um poderá contribuir com esse processo”, informa Marinélia Ferreira.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan net/Ministério da Saúde), o município de Manaus registrou este ano 186 crianças com exposição ao HIV (criança nascida de mulher vivendo com HIV ou que tenha sido amamentada por mulher infectada pelo HIV, podendo ou não desenvolver a infecção), com três casos de criança com HIV em 2023, foram 247 crianças expostas ao HIV, com quatro casos de crianças com HIV.

Em relação à sífilis congênita, que ocorre quando a mãe transmite a doença para a criança na gestação ou no parto, Manaus registrou 335 casos da infecção este ano, contra 301 no ano passado. O número de gestantes com sífilis foi de 1.687 em 2023 e de 1.563 este ano.

A chefe do Núcleo de Controle de HIV/Aids, IST e Hepatites Virais da Semsa, assistente social Thayná Saraiva da Silva, destaca que a prevenção da transmissão vertical pode ser feita quando a IST é identificada de forma precoce durante a gestação e por isso é fundamental realizar a primeira consulta do pré-natal logo no início da gravidez, iniciando o tratamento adequado para cada caso.

“Todas as gestantes e parcerias sexuais devem ser avaliadas para ISTs durante o pré-natal e no momento do parto. Infelizmente nem sempre a mulher inicia o pré-natal de forma precoce e em alguns casos ela descobre a gravidez de forma mais avançada”, explica Thayná.

De acordo com a assistente social, a ocorrência de ISTs na gestação pode levar a várias complicações, incluindo aborto, parto prematuro, doenças congênitas como cegueira ou surdez, e morte do recém-nascido. “No caso do HIV, sem o tratamento adequado na gestação, a criança pode ter que conviver com o HIV para toda a vida, já que não há cura até o momento para a doença”, alerta.

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