Dados divulgados pela SBU apontam que, só em 2023, mais de 71 mil novos casos de câncer de próstata devem ser diagnosticados no Brasil. Figliuolo ressalta que o câncer de próstata é o de maior incidência entre os homens no Brasil e no Amazonas e uma das principais causas de mortes por câncer no País.
“Por isso, é importante que a saúde faça parte da agenda de pais e responsáveis. O processo educativo, que desmistifica questões relacionadas às alterações de saúde comuns ao sexo masculino, deve ser iniciado cedo, para que, quando adultos, os homens procurem ajuda, sem medo de serem julgados ao pisarem no consultório médico”, alerta Figliuolo.
Médico da Urocentro Manaus e doutor em saúde pública, o especialista diz que a presença dos homens, anualmente, no consultório urológico, ainda é tímida e está longe do ideal. “É preciso criar uma cultura de que o homem também necessita de cuidados e orientação médica”, comentou.
“Quando criança, questões como a enurese noturna, popularmente conhecida como ‘xixi na cama’, podem pedir uma orientação mais especializada. Na adolescência, a puberdade provoca mudanças hormonais significativas nos adolescentes, que podem enfrentar o período com mais clareza e responsabilidade, se orientados pelo urologista. Já na fase adulta e durante o envelhecimento, questões como as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis – incluindo o HPV), a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) e o câncer de próstata, entram em pauta, pedindo uma investigação seguida de abordagem especializada e eficaz. Ou seja: o urologista é um profissional essencial em várias fases da vida do homem”, destaca.
Ainda sobre o câncer de próstata, Figliuolo reforça a máxima de que, quanto mais cedo a alteração é descoberta, menos invasivo é o tratamento e maiores são as chances de cura, podendo chegar a até 90%, em alguns casos. Ele explica que a próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma. A recomendação é que homens com 50 anos, consultem-se com o urologista anualmente, para a fase de rastreio. Pessoas com histórico da doença na família e homens da raça negra, devem iniciar a investigação aos 45.
A doença, na fase inicial, não costuma apresentar sintomas. Por isso, a avaliação clínica feita pelo urologista e que tem como um dos pilares o exame de toque retal, aliado a exames como o PSA (Antígeno Prostático), pode levar à localização da alteração logo no começo. Já na fase mais avançada, a doença costuma apresentar sinais como: dor óssea, alterações urinárias (sangue na urina, jato fraco ao eliminar a urina, etc), insuficiência renal, dor pélvica, entre outros.
“Devemos reforçar, à exaustão, a relevância do rastreio das neoplasias malignas da próstata, de forma a conscientizar a população que a descoberta precoce desses tumores pode ser determinante para o futuro dos pacientes”, disse.
Fatores de risco
Idade: cerca de 62% dos casos são em homens a partir dos 65 anos;
Histórico familiar e raça: a doença apresenta maior incidência entre os negros;
Alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, verduras, legumes e grãos;
Sedentarismo;
Obesidade.
Sobre o Novembro Azul
O ‘Novembro Azul’ teve início em 2003, na Austrália. No Brasil, a campanha ganhou força nos últimos anos, com o apoio de organizações públicas e privadas. Entre as marcas registradas do movimento, está a iluminação de prédios públicos com a cor azul, alusiva à causa.