Tubarões testaram positivo para cocaína na costa do Brasil, de acordo com um novo estudo científico.
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz testaram 13 tubarões-de-focinho-afiado brasileiros , todos com resultado positivo para a droga, e 12 dos 13 também apresentaram resultado positivo para benzoilecgonina, o principal metabólito da cocaína.
Suas descobertas, publicadas no periódico ScienceDirect, foram as primeiras sobre cocaína em tubarões selvagens, e as “descobertas apontam para os impactos potenciais da presença de drogas ilícitas em ambientes”, disseram os pesquisadores.
Os cientistas alertaram que os estudos “focados em peixes selvagens são, no entanto, muito limitados”.
As maiores concentrações da droga foram encontradas no tecido muscular, mas também foram encontradas no fígado, com concentrações até 100 vezes maiores do que as encontradas em outros animais marinhos.
Os pesquisadores acreditam que os tubarões estão ingerindo cocaína de laboratórios de drogas ilegais na área, de acordo com a BBC News.
Não está claro como a presença da droga no organismo dos tubarões pode afetar os animais ou os fetos das fêmeas prenhes que apresentaram resultado positivo no teste.
No ano passado, cientistas tentaram estudar os efeitos da cocaína em tubarões na costa da Flórida.

“[Tubarões] subiram e tocaram com a única coisa que tinham — a boca — e deram uma mordida. … Então, parece loucura, mas a probabilidade de isso ocorrer é na verdade bem alta”, disse o biólogo marinho Tom “The Blowfish” Hird sobre drogas que foram jogadas por contrabandistas no oceano.
Durante a pesquisa, Hird disse que os tubarões estavam “afinados. Eles estavam em alerta total, prontos para ir, olhando, olhando, olhando.” Ele disse que, embora os tubarões tenham entrado em modo de caça, não houve aumento no comportamento agressivo.
Quanto ao quão perigoso isso pode ser para os humanos, Hird diz que os tubarões são um perigo maior para si mesmos do que para as pessoas.
“Se a cocaína deixasse os tubarões hiperativos e não os colocasse para dormir, minha crença pessoal seria que os deixaria muito mais ariscos. E os barulhos altos, coisas como mergulhadores na água espirrando, — todo esse tipo de coisa — na verdade vai afastá-los porque vai agir como um impedimento”, disse ele.
Para os experimentos, os pesquisadores não deram cocaína aos tubarões. Em vez disso, eles usaram pó de peixe altamente concentrado para dar aos tubarões uma sensação similar, o mais próximo da cocaína possível eticamente.
Claudia Kelly-Bazan e Jonathan Serrie, da Fox News, contribuíram para esta reportagem.





