O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano e Rodoviário de Manaus e Região Metropolitana determinou na tarde desta quinta-feira (11) a total paralisação do sistema do transporte público na cidade com o recolhimento dos ônibus para as garagens das respectivas empresas e nos terminais de integração. Pela manhã, a paralisação era parcial e de advertência. O sindicato reivindica atrasos nos pagamentos, bem como benefícios da categoria.
O vice-presidente do sindicato, Josenildo Mossoró, aguardava pela tarde um posicionamento da Prefeitura de Manaus e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) até às 14h30. Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (11), o Sinetram informou que falta o Governo do Amazonas pagar os valores referentes ao estudantes da rede estadual de ensino. “Tão logo recebidos pelo Sinetram, imediatamente repassados às empresas operadoras para pagamento dos salários”.
Ainda na nota, o Sinetram argumentou que vai pagar os rodoviários quando a verba for repassada. A Prefeitura de Manaus até o momento não se manifestou. “As empresas, por sua vez, vêm cumprindo seu papel na prestação do serviço público de transporte coletivo, mas somente conseguem honrar integralmente seus compromissos trabalhistas e operacionais quando devidamente remuneradas. A liberação desses recursos permitirá o pagamento do saldo de salários devidos aos trabalhadores, nos termos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho”, disse o Sinetram.
A estudante Ravena Aguiar, 15 anos, aguardava em uma parada situada na avenida Constantinopla, no bairro Planalto, o transporte coletivo para retornar para casa. A adolescente classificou como “injusta” a paralisação. “Estou aqui a uns dez minutos. É meio injusto porque tem gente que precisa ir para casa e para o trabalho. Fica complicado assim”, disse Ravena que, com greve dos rodoviários, avalia ir a pé para a residência onde mora no bairro da Paz, zona Centro-Oeste da cidade.
Suspensão
Com a paralisação do transporte público, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiu suspender as atividades acadêmicas presenciais na tarde desta quinta-feira (11). A determinação de suspensão das atividades, segundo a portaria da universidade, segue até a normalização do funcionamento transporte público.
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) também decidiu suspender as atividades acadêmias na capital na noite desta quinta-feira (11) e integralmente na sexta-feira (12) devido a total paralisação do transporte público coletivo em Manaus. O comunicado foi publicado no perfil oficial da instituição de ensino estadual no instagram.
Nota do Governo
O Governo do Amazonas informou em nota na tarde desta quinta-feira (11) que “não possui qualquer responsabilidade pelo atraso no pagamento de salários dos trabalhadores do transporte coletivo”. E culpabilizou a Prefeitura de Manaus e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) “que informaram contas bancárias distintas para a realização do pagamento”. Os valores são referentes à meia passagem estudantil da rede estadual de ensino.
“Em agosto deste ano, o Estado do Amazonas depositou o valor destinado à compra das meias-passagens estudantis, contudo, o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública, em 3 de setembro, rejeitou o depósito judicial e determinou a devolução à Fazenda Estadual, após indicação de conta bancária, tendo sido o recurso devolvido apenas nesta quinta-feira (11)”, informou o executivo Estadual.
Ainda no posicionamento, o governo responsabilizou a “desorganização” da Prefeitura de Manaus e do Sinetram. “A transferência dos valores para a conta indicada já está em fase de tramitação, e a demora na resolução da questão só pode ser atribuída à desorganização do próprio Sinetram e da Prefeitura de Manaus, que informaram contas bancárias distintas para a realização do pagamento, atrapalhando o regular processo de liquidação de despesa”, esclareceu o executivo Estadual.
Segundo a nota, o governo teve que entrar na Justiça para efetuar o pagamento. “O Governo do Amazonas precisou ingressar na Justiça para assegurar o pagamento do Passe Livre dos alunos da rede estadual de Manaus, após o Sinetram se recusar a receber os valores, alegando que o isso só poderia ser feito caso a Prefeitura de Manaus autorizasse”, informou.