ALIANÇAS FRÁGEIS E LIDERANÇAS SÓLIDAS: O CENÁRIO POLÍTICO DO AMAZONAS EM MUTAÇÃO

A semana na política amazonense foi marcada por movimentos paradoxais, onde a aparente solidez de uma candidatura contrasta com a fragilidade e o amadorismo expostos por uma das principais forças políticas do estado. Enquanto o Partido Liberal (PL) anuncia uma decisão irrevogável, seus próprios atos revelam fissuras internas que podem redefinir os rumos das eleições.

A Candidatura “Consolidada” e os Atrás das Câmeras

Em um movimento apresentado como definitivo, o ex-ministro Alfredo Nascimento, presidente estadual do PL, declarou publicamente que a nomeação de Maria do Carmo Sefair como candidata ao governo do Amazonas é um “fato consolidado e irreversível”. A declaração buscava projetar uma imagem de coesão e força interna, tentando estabilizar o tabuleiro em torno de uma única candidatura.

No entanto, essa fachada de unidade foi imediatamente tensionada por ações de outra figura de peso no partido, o deputado federal Capitão Alberto Neto. Sua participação em um ato em Brasília – que pregava o fim da “ditadura do Xandão” e pedia anistia para envolvidos em atos golpistas – terminou em um fiasco midiático. A manifestação, anunciada como massiva, mostrou-se diminuta, enterrando, na prática, a narrativa da anistia e expondo o tom radical que afasta setores moderados do eleitorado.

A Discrepância entre Caos Eleitoral e Força nas Urnas

A cena política do PL assemelha-se a um caleidoscópio de interesses divergentes. A impressão é a de um partido onde “todos são marinheiros de primeira viagem”, com uma comunicação desencontrada e estratégias que beiram o amadorismo, remanescente de um enredo confuso de sitcom. A antipatia interna e os desentendimentos públicos são evidentes, criando uma imagem de desorganização.

Contudo, é crucial não subestimar essa força política. A despeito do caos aparente, o campo bolsonarista no Amazonas possui um histórico de vitórias e conta com cabos eleitorais de peso. As últimas pesquisas comprovam essa resiliência: o Capitão Alberto Neto lidera as simulações para Senador, Deputado Federal e até mesmo para o governo do estado. Este é um time com “caminhão de voto”, cuja base eleitoral parece, até o momento, imune aos tropeços e às trapalhadas de seus líderes.

A Experiência na Mira da Oportunidade

Neste tabuleiro dinâmico, a experiência de veteranos da política amazonense torna-se um trunfo valioso. O senador Omar Aziz, um estrategista conhecido por sua astúcia, observa atentamente as fissuras no PL. É previsível que ele busque capitalizar esse amadorismo, atraindo para si eleitores descontentes com a desordem ou lascas do eleitorado moderado que se assusta com os radicais. O que parece ser uma confusão imperceptível para o leigo é, na verdade, uma janela de oportunidade aberta para quem domina o xadrez político.

E ainda nem falamos da tão comentada pesquisa de opinião encomendada por sua ala, onde 18 mil pessoas serão ouvidas e que vai estremecer com toda certeza o time dos destrambelhados e talvez fará até alguns mudar de lado! Aguardemos!!!

Conclusão: Um Chamado à Atenção

O cenário político do Amazonas é, portanto, uma tapeçaria complexa tecida com fios de força eleitoral e fragilidade estratégica. A semana escancarou que, por trás das lideranças sólidas nas pesquisas, pulsam contradições e conflitos que podem ser explorados por uma oposição sagaz. Enquanto o PL tenta administrar seu crescimento orgânico, porém desgovernado, os demais atores se preparam para um jogo de precisão.

Aos cidadãos, fica o convite reflexivo: acompanhar a política não é sobre torcer por times, mas sobre compreender as movitações que definirão o futuro de todos. Em um estado com desafios tão profundos, a clareza e o discernimento são armas civis poderosas. Fiquem atentos. A cada semana, um novo capítulo – e uma nova surpresa – pode reescrever o destino do Amazonas.

Por: Rafael Medeiros | TREZZE Comunicação Integrada

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