O uso das redes sociais como palco para o escárnio de tragédias humanas, especialmente por figuras públicas ligadas à imprensa, é um sintoma da grave crise ética que assola o debate público. Recentemente, o blogueiro, comentarista e empresário de mídia Newton Corrêa (ligado ao Portal de Notícias BNC e à TV Tiradentes) cruzou uma linha inaceitável ao ironizar a memória das vítimas e a destruição das Torres Gêmeas no 11 de Setembro.
A tragédia do 11 de Setembro de 2001 não é um mero evento político abstrato. É uma ferida aberta, marcada pela perda de quase 3.000 vidas inocentes, o sacrifício de centenas de bombeiros e policiais e um trauma global que redefiniu a segurança internacional. Transformar a morte e a dor de milhares de famílias em objeto de piada ou sarcasmo nas redes é um ato que demonstra uma completa falência ética e falta de profissionalismo.
O Desvio Ético do Comunicador
A ética jornalística é clara: a dignidade humana e a veracidade são pilares inegociáveis. Um comunicador que utiliza sua plataforma para desrespeitar a memória das vítimas de um ataque terrorista não está exercendo a liberdade de expressão; está, na verdade, exercendo a irresponsabilidade social.
O papel de figuras como Corrêa, que possuem o poder de influenciar o debate, deveria ser o de promover a reflexão e o respeito, não a polarização tóxica e a insensibilidade. A ironia neste contexto não apenas ofende as famílias enlutadas, mas também anula qualquer credibilidade moral que o jornalista ou o empresário de mídia possa reivindicar.
A Profundidade da Tragédia: O 11 de Setembro
Os ataques da Al-Qaeda, que resultaram na derrubada das Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC), foram um divisor de águas na história moderna.
Os dois aviões sequestrados atingiram os símbolos do poder financeiro americano. O impacto dos jatos e, crucialmente, o fogo intenso do combustível de aviação amoleceram a estrutura de aço dos arranha-céus, levando ao colapso completo da Torre Sul (9h59) e, em seguida, da Torre Norte (10h28). O colapso foi o resultado direto de um ato terrorista planejado para maximizar a perda humana e o choque psicológico.
O ataque não resultou apenas em perdas materiais, mas também na morte de cidadãos de mais de 90 países, incluindo trabalhadores, passageiros e, heroicamente, os socorristas que entraram nos prédios condenados para tentar salvar vidas.
A tragédia das Torres Gêmeas merece um tratamento sério e respeitoso, sem “prazo de validade” para o luto. A tentativa de ridicularizar ou trivializar este evento, vinda de uma figura que atua na esfera pública e midiática, é mais do que má escolha: é uma ofensa à humanidade e um atestado de pobreza moral no jornalismo contemporâneo.
Até o fechamento da pauta o Governo do Amazonas, Prefeitura de Manaus, TCE-AM e Federação do Jornalistas Profissionais do Amazonas e do Brasil não emitiram nenhuma nota de repúdio contra o blogueiro da extrema-esquerda.
Texto: Ronaldo Aleixo – DRT 96423/SP
