Belão, braço direito do Comando Vermelho é preso na Penha

À esquerda, Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, está entre os presos em megaoperação contra a expansão do CV. Edgar Alves Andrade, o Doca, é o principal alvo (à direita) — Foto: Guito Moretto e Reprodução

O traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, foi preso nesta terça-feira durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Ele é considerado braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como uma das principais chefes do Comando Vermelho (CV) na região.

Belão foi capturado dentro de uma casa, escondido na Favela da Chatuba, na Penha. Ele chefia o Morro do Quitungo, também na Penha. Segundo dados do site do Conselho Nacional de Justiça, o traficante tinha em seu nome seis mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) ligados ao tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais.

Ele foi alvo de operações anteriores da Polícia Civil. Em julho de 2024, por exemplo, uma tentativa de interceptar um comboio do CV na Rua Guaporé resultou em intenso tiroteio, ferindo duas pessoas, e na fuga de Belão. Na ocasião, a polícia apreendeu três fuzis, munição e carregadores, mas o traficante conseguiu escapar.

Segundo a investigação, Belão vinha participando de reuniões estratégicas do CV, organizando a logística e a distribuição de armamentos entre as comunidades da Penha e do Alemão. Ele também coordenava o controle do território do Quitungo, disputado com o Complexo de Israel, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP), liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão.

Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, teria fugido após tiroteio com policiais — Foto: Divulgação
Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, teria fugido após tiroteio com policiais — Foto: Divulgação

De acordo com a polícia, Belão também atuava como “síndico” de um prédio de 24 apartamentos que havia tomado o controle, no Quitungo, em que os moradores do local eram obrigados a pagar aluguéis aos criminosos.

A prisão de Belão ocorre em meio a megaoperação, batizada de Contenção, que mobilizou 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar e promotores do Gaeco/MPRJ, com o objetivo de conter a expansão do Comando Vermelho e capturar chefes do tráfico do Rio e de outros estados. Além de Belão, outros integrantes da quadrilha foram presos, armas e veículos foram apreendidos, e cinco pessoas morreram durante os confrontos.

Balanço da operação

De acordo com a Polícia Civil, 18 suspeitos foram mortos, dois deles da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos. O objetivo da ação é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV. Até o fim da manhã, 56 pessoas foram presas e 31 fuzis foram apreendidos na ação, que mobiliza 2,5 mil policiais e também promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

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