
Aceitar a morte como parte do ciclo da vida e ajudar o paciente a lidar com a possibilidade de terminalidade em função de doenças progressivas, ameaçadoras à vida, como o câncer. Esse foi um dos objetivos de uma pesquisa conduzida pelos acadêmicos de Psicologia Joyci Lima e Anderson Silva, na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), e coordenado pela psicóloga Suzan Biscaro, da fundação.
A pesquisa abordou a perspectiva dos acadêmicos finalistas do curso de Psicologia, do Centro Universitário Fametro, no processo de assistência aos pacientes em finitude de vida. Os resultados do estudo foram apresentados no 8º Congresso Pan-Amazônico de Oncologia, no mês de novembro, tendo sido premiado na categoria relatos de experiência.
Ao longo de um ano, os acadêmicos acompanharam os pacientes com quadros de incurabilidade do câncer e que estavam internados na Fundação.
Acompanhamento multiprofissional
Segundo Suzan Biscaro, quando o paciente com câncer apresenta um quadro clínico de incurabilidade, o psicólogo atua para oferecer conforto emocional e físico. Ela explica que o profissional auxilia na comunicação da possibilidade de finitude da vida, no alívio da angústia e no respeito às vontades do paciente e de sua família, a fim de promover qualidade de vida.
“Atendemos pacientes em processo ativo de morte e/ou pacientes e familiares comunicados pela equipe médica sobre progressão e agravo da doença, que geraram necessidade de internação e que podem evoluir para o óbito. Apoiamos o paciente e familiares em seu processo de luto e auxiliamos na compreensão do momento de vida”, explica a psicóloga.
Equipe multiprofissional
O acompanhamento dos pacientes é feito por uma equipe multiprofissional, o que segundo Susan Biscaro, garante a assistência integral e humanizada.
Os acadêmicos Anderson Silva e Joyci Lima relataram sobre a importância do atendimento multiprofissional. “O trabalho do psicólogo é parte de um todo muito maior, que envolve médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros. O profissional enxerga o paciente de uma forma total, ou seja, um ser bio, psico, social e espiritual”, Anderson Silva.
Luto antecipatório
Os acadêmicos viram casos que a psicologia chama de luto antecipatório, quando o luto começa antes da perda. “Não é somente a morte. O processo envolve a equipe de saúde, os familiares, a vontade da pessoa que sabe que está chegando o seu fim. Não só a morte em si, há o processo de finitude”, disse Joyci Lima.
Premiação
Os acadêmicos foram premiados com o 2º lugar na categoria relato de experiência, na modalidade apresentação de banner no 8º Congresso Pan-Amazônico de Oncologia, realizado nos dias 12 a 14 de novembro.
Eles celebram o prêmio e as vivências no hospital. “A FCecon é um ponto de referência. Ao ganhar o prêmio, enaltece a nossa carreira. Estar aqui dentro, academicamente, aprendemos muita coisa”, relatou a dupla.
Este foi o primeiro prêmio obtido por colaboradores do serviço de Psicologia na FCecon, destaca a gerente do setor, Wladja Conde. “É algo que os motiva a publicar, a ter esse retorno de serem vistos e traz muito para a Psicologia, dando este retorno. É algo engrandecedor e incentiva que nos próximos congressos mais trabalhos sejam inscritos, com um envolvimento maior”, afirma.




