O cantor, agora conhecido como lacrador da esquerda, Toni Garrido usou as redes sociais, na noite do último domingo (5), para rebater a enxurrada de críticas que vem recebendo desde que anunciou uma mudança na letra da música “Girassol”, o maior hit do grupo Cidade Negra, do qual ele é vocalista.
A parte que sofreu a modificação dizia, originalmente: “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de um menino, de um menino“. Na nova versão, a obra foi transformada para: “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de uma menina, de uma mulher“. A justificativa, para a alteração, é de que esse trecho da composição era “hétero machista top, horrível”, como ele ressaltou, no último sábado (4), no programa “Altas horas”, apresentado por Serginho Groisman.
A novidade, porém, não foi bem aceita pelo brasileiro de bem. Muitos consideraram a mudança um reflexo de uma “militância de esquerda, do todes”, como definiram alguns internautas por meio de comentários nas redes sociais. Diante da repercussão negativa do fato, Toni se pronunciou publicamente para reforçar que “as pessoas podem cantar como elas quiserem”. O artista, de 58 anos, classificou a alteração da letra, composta há 25 anos, como uma “brincadeira amorosa” que visava “homenagear as mulheres”.
“Que curioso a polarização das palavras. De uma coisa tão simples e que dentro de tantas coisas incríveis, a gente vê uma discussão enorme por causa da semântica, do entendimento dessas palavras. Na realidade, de uma mudança, de uma palavra”, considerou o cantor e compositor.
“As pessoas podem cantar como elas quiserem, elas conhecem a música de um jeito. ‘Já que pra ser homem tem que ter a grandeza de um menino’. Eu fico muito feliz que elas gostem disso e que cantem a música dessa forma. Quem sou eu pra dizer se você pode cantar ou não pode cantar do jeito que você quiser ?! A arte é livre”, continuou ele.
Fato é que, na versão original da letra, “menino” aparece como uma metáfora para criança — está aí, aliás, a raiz da controvérsia. A maioria dos fãs aponta que não há qualquer indício de machismo nessa parte da obra. “Acho que é querer lacrar em algo que não tem necessidade. Estão deixando a língua portuguesa de lado, a poesia, a interpretação”, afirmou uma pessoa, por meio do X. “Sempre achei que o sentido era: ‘para ser um homem de verdade, você precisa ter a pureza, o cuidado, a sensibilidade de uma criança’… Entendi errado todo esse tempo?, questionou outro internauta.
Toni Garrido frisou que a intenção, com a mudança, era pôr uma lupa na importância das mulheres — “a mãe, a pessoa que cuida dele, ou a irmã, ou qualquer elemento feminino”, como explicou — para a criação de “um grande homem” ou um “um ser humano querido, legal, gente fina”.
“No meu entendimento, na minha brincadeira amorosa eu queria homenagear as mulheres. Todo grande homem tem a grandeza de um pai e de uma mãe. E de um menino também, poeticamente falando. Eu queria muito dizer que todo grande homem, tem por trás dele, ou a frente dele, ou junto dele uma grande mulher. E a gente não fala muito isso. Então, é por isso que eu coloco aqui que ‘já que pra ser homem tem que ter a grandeza de uma mulher'”.
O cantor pediu que os fãs colocassem um ponto final na celeuma (“Fiquem em paz e com muito amor no coração”, finalizou, na publicação no Instagram). Não à toa, ele não permitiu que internautas fizessem comentários no post em questão. Fim de papo.