O ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou em seu Instagram uma reportagem da Revista Veja que revela documentos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) sobre o monitoramento do então estudante de Direito Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Veja, o SNI, órgão de inteligência criado durante a ditadura militar, registrou em um relatório “confidencial” de junho de 1988 a participação de Dino na liderança de um protesto estudantil na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O documento aponta que ele teria insuflado estudantes e conduzido uma manifestação que resultou na derrubada dos portões da reitoria.
A Revista Veja destaca que, à época, Dino ocupava o cargo de coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O protesto foi motivado pela nomeação do reitor e do vice-reitor da universidade. Embora a ditadura já tivesse chegado ao fim e o país estivesse sob o governo de José Sarney, o SNI continuava em operação e acompanhava de perto movimentações políticas dentro das universidades.
Relatório detalha o episódio
A reportagem da Veja revela que o documento do SNI descreve o episódio como um ato contra a restrição da entrada de pessoas não credenciadas na reitoria. Segundo o relatório, os manifestantes, compostos majoritariamente por estudantes e professores, protestaram contra a medida e passaram a pressionar os guardas da universidade.
O texto ressalta que os estudantes foram “insuflados” pelos coordenadores do DCE, entre eles Flávio Dino. “As manifestações foram se avolumando e os descontentes forçaram os portões da reitoria, derrubando-os parcialmente”, diz o documento reproduzido pela Veja.
Além disso, o relatório registra os nomes dos estudantes envolvidos, incluindo Dino, identificado como “Flavio Dino de Castro e Silva”. A Veja aponta, no entanto, que o nome correto do ministro termina com “Costa”.
Diante da situação, a publicação informa que o então reitor acionou a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, que enviou um pelotão de choque ao local. Ainda segundo a Veja, os tumultos levaram ao adiamento da reunião, após intervenção policial e negociações entre a administração da UFMA e os manifestantes mais exaltados.
A matéria da Revista Veja, repostada por Bolsonaro, ganha destaque no momento em que Flávio Dino, hoje integrante da 1ª Turma do STF, se prepara para julgar os réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro, quando os prédios do Congresso, do Palácio do Planalto e do próprio Supremo foram invadidos e depredados.