Carlos Almeida diz que o governo Wilson Lima vai arrumar a casa e não deixará os fornecedores a ver navios

‘Não vamos deixar nossos fornecedores a ver navios’, diz secretário de Saúde, Carlos Almeida

Em entrevista a uma emissora de rádio local, nesta segunda-feira (04/02), o vice-governador e secretário estadual de Saúde, defensor Carlos Almeida, reafirmou o compromisso do governo Wilson Lima, de que irá organizar o sistema de pagamentos para evitar atrasos e acúmulo de dívida, como a que encontrou quando assumiu, há pouco mais de um mês. Segundo o Governo do Amazonas, a dívida recebida é de R$ 1,1 bilhão com fornecedores, boa parte empresas de serviços médicos e não médicos contratados para as unidades da Secretaria de Estado de Saúde (Susam).

Almeida disse que encontrou a Saúde em um caos e que precisará de tempo para resolver tantos problemas. “Há uma situação tanto critica quanto crônica, uma desorganização histórica da Secretaria da Saúde, em diversos pontos que não poderiam falhar com a população, mas se encontram falhando há anos”. Em meio a tantos problemas, ele destacou a questão dos atrasos de pagamento e o abastecimento, como os mais urgentes no momento e que estão tendo prioridade.

A dívida de 2018, segundo ele, é de R$ 600 milhões e de 2017 para trás são mais R$ 500 milhões, que juntas somam R$ 1,1 bilhão. “Essa secretaria possui em aberto mais de R$ 1 bilhão não pago aos fornecedores. É um valor que não se paga em 30 dias e deve ser feito criteriosamente”.

Pela manhã, em reunião na Susam com representantes das empresas médicas, na presença da deputada Mayara Pinheiro, Carlos Almeida colocou a situação financeira do Estado e disse que, mesmo com as dificuldades de caixa, o governo vem fazendo um grande esforço para regularizar o pagamento das empresas.

Compromisso – O secretário reafirmou o compromisso do governo Wilson Lima em pagar os meses correntes para evitar novo acúmulo de dívida. Disse, ainda, que o Estado está buscando outros meios para quitar a dívida herdada. Entre as possibilidades estão a permissão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para usar recursos do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI), além da contratação de uma operação de crédito com uma instituição financeira.

Na exposição que fez aos médicos sócios das empresas, Almeida mostrou que o governo está sensível não só à causa deles, mas principalmente a dos trabalhadores terceirizados, com salários atrasados, tanto que está dispensando R$ 65% da receita do Estado de janeiro para a Saúde, com prioridade para as empresas de recursos humanos que já estão recebendo os pagamentos acordados. Outra demonstração, segundo o secretário, foi o fato inédito de a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) ter aberto o seu sistema em janeiro para poder realizar os pagamentos. Geralmente, isso acontece somente em março.

Medicamentos – Em relação ao abastecimento de medicamentos e outros insumos hospitalares, Almeida afirmou, na entrevista, que o estoque da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), hoje garante apenas 12% do abastecimento. Ele disse que a situação já está sendo contornada, mas que só conseguirá resolver em seis meses. “Não houve (no governo anterior) o planejamento adequado para saber se tinha dinheiro para comprar e também não se deflagrou os processos licitatórios dentro do período necessário. Começamos o esforço nesse sentido desde quando iniciamos o governo, há pouco mais de 30 dias. Estamos trabalhando para que essa situação se solucione nos próximos 6 meses”, disse.

Nesse meio tempo, disse ele, a Susam está em contato direto com as unidades para que medicamentos críticos não faltem. É o caso da Riperidona, usada por pacientes autistas. Desde o segundo semestre do ano passado, pacientes estão encontrando dificuldade na rede de saúde estadual. A situação agravou ainda mais porque o Município também deixou de fornecer em suas unidades na mesma época.

Nesta segunda-feira, a secretaria anunciou que fez um abastecimento emergencial à Policlínica Gilberto Mestrinho, que é referência no atendimento a autistas. Em 15 dias, está sendo aguardada a entrega pelo fornecedor de uma remessa maior para abastecer todas as unidades da rede que dispensam a medicação.

FOTO: DIVULGAÇÃO/SUSAM

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