Isolados do Massaco: imagens inéditas revelam etnia da Amazônia jamais vista

Anos de pistas e observação indireta indicavam que os Massaco caçam com arcos de três metros de comprimento e mudam suas aldeias de lugar conforme as estações dentro da floresta — Foto: Funai

Os povos isolados do Brasil estão prosperando com a abordagem de não contato – mas a vigilância permanece essencial. Especialistas revelam que o número de comunidades isoladas cresce em territórios indígenas, mas esse sucesso também aumenta o risco de contato “catastrófico”. Em Rondônia, um dos estados mais desmatados da Amazônia Legal, uma comunidade isolada está prosperando. Eles são especialistas em caça com longos arcos e em proteger suas terras de visitantes indesejados com armadilhas de estacas (estrepes) escondidas de madeira tão resistentes que conseguem furar o pneu de um trator. Foi uma dessas estacas que imobilizou uma picape 4×4 de uma equipe da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no início deste ano – encerrando uma missão no território indígena Massaco.

Ninguém sabe como eles se autodenominam. Massaco é o nome dado ao grupo por causa do rio que atravessa seu território, próximo à fronteira do Brasil com a Bolívia. A Massaco é uma das 29 comunidades isoladas confirmadas no Brasil. Outras 85 foram relatadas, mas ainda não foram confirmadas devido às rigorosas exigências de coleta de evidências e aos entraves burocráticos necessários.

As estacas (estrepes) vêm sendo encontradas com frequência crescente e cada vez mais perto da base de onde o veterano da Funai Altair Algayer supervisiona a proteção dos 421 mil hectares do território, o equivalente a quase meio milhão de “Maracanãs”. Elas parecem transmitir uma mensagem clara: fiquem longe, não queremos invasores em nossas terras.

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