Etiópia é um dos piores exemplos no que diz respeito a saúde pública e tratamento humanitário #Oremos
Ele foi o primeiro africano a liderar a agência da ONU, depois de obter o maior número de votos de 186 estados membros, substitui Margaret Chan, que deixou o cargo de 10 anos no final de junho. Tedros não é médico #Oremos
Discursando na Assembléia Mundial da Saúde pouco antes da votação, o Pesquisador com doutorado em saúde pública na Etiópia (Meu Deus), Tedros prometeu responder a emergências futuras “de maneira rápida e eficaz”.
Ele também prometeu defender os direitos dos pobres.
“Todas as estradas devem levar à cobertura universal de saúde. Não descansarei até que tenhamos encontrado isso”.
Quem é o Dr. Tedros?
Casado, pai de cinco filhos e vive na Etiópia
Trabalhou no Ministro da Saúde e Relações Exteriores da Etiópia, presidente do conselho do Fundo Global de Combate à Aids, TB e Malária
Acusações contra Tedros
O nome dele já foi envolvido em diversas controvérsias em seu país, a Etiópia. A mais conhecida delas foi a acusação feita por Lawrence Gostin, especialista em saúde global, durante as eleições para a OMS em 2017.
Na época, Tedros foi acusado pelo dr. Gostin de ter encoberto epidemias de cólera quando era ministro da Saúde do país africano. Segundo Gostin, que era diretor na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, a ocultação de epidemias de cólera era fato comum na Etiópia, mas a situação continuou também durante a gestão de Tedros.
– Dr. Tedros é um funcionário de saúde pública compassivo e altamente competente. Mas ele tinha o dever de dizer a verdade ao poder e identificar e relatar honestamente os surtos de cólera verificados por um período prolongado – disse Gostin na época.
Outra polêmica aconteceu durante a eleição para a atual gestão da OMS, quando o nome de Adhanom recebeu forte oposição dos cidadãos de seu país.
Pelas redes sociais, internautas acusavam o ex-ministro da Saúde de ser “responsável pelos crimes contra a humanidade na Etiópia”. Uma campanha até chegou a ser mobilizada com a tag #NoTedros4WHO, #NãoaTedrosparaOMS, em português.
– Tedros Adhanom presidiu e participou do maior escândalo de corrupção fiscal e mau uso do Fundo Global na Etiópia – escreveu um dos internautas.
Etiópia um caos humanitário (texto de 2011)
Segundo alerta dado pela organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), a resposta às necessidades da população somali refugiada na Etiópia apresentará sérios problemas caso a ajuda humanitária não aumente rapidamente.
As taxas de desnutrição e de mortalidade em acampamentos de refugiados no sul da Etiópia acabam de ser reduzidas a um nível inferior ao de crise. “No momento, a capacidade de receber mais pessoas, de oferecer os alimentos, assistência nutricional e médica, água, condições de saneamento, entre outros, ainda está longe do suficiente”, disse Wojciech Asztabski, coordenador de projeto de MSF em Dollo Ado.
Atualmente, os acampamentos da região abrigam cerca de 130 mil refugiados da Somália, sendo que a maioria fugiu da crise e dos conflitos atuais. Nas últimas semanas, o número de refugiados que atravessaram a fronteira e entraram na Etiópia aumentou para aproximadamente 300 por dia, uma quantidade que não é vista desde julho.
O aumento no número de refugiados indica que as pessoas na Somália continuam muito vulneráveis. Quase todos os refugiados disseram que saíram de seu país devido à combinação de escassez de alimentos e aumento da insegurança.
“Eu não queria sair da Somália, mas a fome e os conflitos faziam a vida muito difícil”, disse uma mãe recém-chegada, de 39 anos. “Meu marido e minha mãe ainda estão na Somália. Nós não tínhamos dinheiro suficiente para viajar, então eu vim sozinha trazendo nossos quatro filhos. Nós viajamos em carroças puxadas por burros por sete dias inteiros. Agora, meu filho está muito doente, não consegue comer e parece mais exausto a cada dia.”
Em colaboração com as autoridades etíopes e com outras organizações internacionais, MSF está dando assistência aos acampamentos de refugiados desde 2009. Desde maio, quando a crise na Somália se agravou, MSF aumentou muito suas atividades no país para impedir a deterioração da situação e trazer as taxas de mortalidade para abaixo dos limites de emergência, que, segundo a organização, está longe de acabar.
“Nas próximas semanas, nós esperamos receber mais milhares de pessoas que atravessaram a fronteira”, completou Asztabski. “O centro de recepção e o acampamento transitório, onde as pessoas ficam até poderem se estabelecer definitivamente em um dos acampamentos de refugiados, estão enchendo rapidamente. ”
Atualmente, o acampamento transitório abriga cerca de 6 mil pessoas, um número que deve aumentar muito nas próximas semanas. “A quantidade de latrinas, de abrigo e de água potável disponível não é suficiente. A capacidade de oferecer ajuda aqui precisa aumentar o mais rápido possível”, disse Asztabski.
Os acampamentos de refugiados da região, para onde as pessoas são encaminhadas depois de passarem pelo campo transitório e pelo centro de recepção, não estão equipados para abrigá-las por muito tempo. MSF alerta que a quantidade insuficiente de abrigo, água e saneamento vai deteriorar ainda mais a situação da população, que já é bastante vulnerável.
“Este lugar nos deixa doentes”, disse outro refugiado, no acampamento transitório. “Nós estamos aqui há 14 dias. O lugar é bastante seguro, mas não temos onde dormir. As tendas estão superlotadas. As crianças e as mulheres estão mais fracas que os homens, então elas ficam doentes aqui.”
MSF está pronto para oferecer assistência na região por um longo período, e pede às autoridades da Etiópia que continuem facilitando as importações de medicamentos e suprimentos necessários, e permitindo que equipes internacionais ofereçam o apoio que eles precisam.
O aumento das atividades de outras agências também é necessário urgentemente. A abertura de um novo acampamento está planejada para as próximas semanas. Mas, considerando as circunstâncias, MSF pede que seja feito um esforço ainda maior para que este acampamento esteja pronto mais cedo do que o programado, para reduzir as dificuldades no acampamento transitório o mais rápido possível.
A crise que afetou a região conhecida como “Chifre da África” teve um efeito dramático na população somali, que já vinha sofrendo com 20 anos de conflito e com a ausência dos serviços mais básicos. MSF está presente na Somália desde 1991. As equipes de MSF prestam assistência à população dentro do país, bem como aos refugiados somalis na Etiópia e no Quênia. Atualmente, MSF trata mais de 22 mil crianças vulneráveis em seus programas de nutrição na região. Apesar dos grandes desafios, até agora, a organização já vacinou mais de 126 mil pessoas contra o sarampo.
Qualificações: Pesquisador de malária reconhecido internacionalmente, com doutorado em saúde comunitária