Valdemar Costa Neto chama Ricardo Noblat de “frouxo” e incoerente e diz que o blogueiro da extrema-esquerda rastejou por emprego

O recente embate público entre o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o jornalista Ricardo Noblat, acende um alerta sobre o nível do debate político nas redes sociais. O que se esperaria ser uma discussão sobre ideias ou críticas políticas, rapidamente se transformou em um ataque pessoal, revelando a atual dinâmica da comunicação pública no Brasil.

O conflito, que começou com a provocação de Noblat — “POR QUE NÃO TE CALAS, Valdemar?” —, foi respondido pelo líder do PL com uma crítica contundente e desmoralizante. Costa Neto se recusou a se calar e, em vez de defender sua posição política, preferiu atacar a credibilidade de Noblat, acusando-o de “frouxo” e incoerente.

A principal acusação de Valdemar Costa Neto remete ao passado profissional de Noblat. O político questionou a atitude do jornalista em relação ao empresário Luiz Estevão, insinuando que Noblat teria criticado o empresário no jornal Correio Braziliense para depois se calar e, mais tarde, “rastejar” por um emprego. A escolha da palavra “rastejar” é intencional e visa minar a autoridade moral de Noblat.

Esse tipo de embate nas redes sociais é um exemplo clássico de ataque ad hominem, uma tática que desvia o foco do argumento principal para atacar a pessoa que o proferiu. Costa Neto não responde diretamente à crítica de Noblat. Em vez disso, ele tenta desqualificar o mensageiro, na tentativa de invalidar a mensagem.

A estratégia busca criar uma narrativa de que o jornalista é movido por hipocrisia e interesses pessoais, e não por um jornalismo sério e crítico. Isso reflete um cenário em que a credibilidade pessoal se tornou um campo de batalha na política. No lugar de debates sobre propostas, o que vemos é uma guerra de narrativas em que o passado e as supostas falhas de caráter são usadas como munição.

A troca de farpas entre Valdemar Costa Neto e Ricardo Noblat é um sintoma da polarização e da agressividade que permeiam a vida pública brasileira. A facilidade com que as acusações se espalham nas redes sociais, sem um contraponto ou aprofundamento, banaliza o debate e dificulta a construção de um ambiente de diálogo.

O incidente levanta uma questão crucial para o futuro da comunicação política: como separar o ataque pessoal da crítica legítima? E mais importante: como a sociedade e a imprensa podem resistir a essa onda de desqualificação e resgatar a centralidade dos fatos e das ideias no debate público?

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