O “Mapeamento Acessa Mais” é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Ministério da Cultura (MinC), através da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (SEFLI). Sob a coordenação do artista, ativista, pesquisador e doutor pela UFBA, professor da Escola de Dança, Eduardo Oliveira (Edu O.), e da professora Marilza Oliveira, também docente na Escola de Dança da UFBA.
O projeto conta com uma equipe de mais de 25 pessoas, a maioria delas com deficiência, e busca reconhecer a participação e contribuição de pessoas com deficiência na dimensão econômica, simbólica e cidadã da cultura. Abrange áreas como artesanato, artes visuais, audiovisual, circo, dança, literatura, música, performance, teatro e cultura popular.
Um dos principais objetivos do “Mapeamento Acessa Mais” é identificar profissionais com deficiência e colaborar na elaboração de futuras políticas públicas direcionadas a artistas e agentes culturais com deficiência, assim como aos profissionais da área de acessibilidade cultural.
“Considero de extrema importância um projeto como o Mapeamento Acessa Mais porque, além de identificar artistas e agentes culturais com deficiência e profissionais da acessibilidade cultural, representa uma oportunidade de reconhecimento e fortalecimento da cultura Def no Brasil,” explica o coordenador Edu O.
No norte do país, Ananda Guimarães, coordenadora regional e fundadora do Laboratório de Pesquisa em Artes da Cena na CAIA – Trilhares, diretora do Coletivo Erva Daninha e Coletiva de Palhaças, além de representante local do projeto, está à frente das atividades em Manaus e atua na região Norte. Com um histórico de atuação em acessibilidade cultural, Ananda é também fundadora do Artistas DEFs do Amazonas (ADA) e contribui para o fortalecimento da presença cultural DEF na região Norte.
O lançamento ocorreu na Bahia em 13 de setembro, na UFBA, e será realizado no Norte do país em Manaus, Amazonas, em 21 de setembro, das 9h às 14h. Organizado pelo Laboratório de Pesquisa em Artes da Cena, em parceria com o MinC e a UFBA, o evento conta com o apoio do Comitê Estadual de Cultura do Amazonas (CECAM) e contará com um agente de cadastro de cultura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
O evento começará com uma palestra intitulada “Encruzilhada DEF: Diálogos de Criação”, conduzida por Ananda Guimarães e pelo ator Sahel Oliveira. A programação inclui performances culturais de artistas locais como Caluh Marques e Jágua Calazans, além de uma sessão especial de cadastramento para o Mapeamento Acessa Mais e para o Cadastro da Cultura, ferramenta oficial do Governo do Amazonas para mapear a cadeia produtiva do setor cultural.
“Costumo falar que sou aleijadora cultural, trabalho com cultura do acesso, acessibilidade cultural. A ideia do lançamento do mapeamento, aqui no Amazonas, é dar esse suporte para alguns artistas, principalmente os que já estão envolvidos no Laboratório de Pesquisa. E junto ao evento do Mapeamento unimos com o Banzeiro de Formação do Comitê de Cultura do Amazonas, onde estamos dando todo esse suporte nesse momento de editais, Aldir Blanc, nessa parte da gestão cultural.” destaca Ananda.
A coleta de dados iniciou-se em 13 de setembro deste ano e está sendo realizada por meio de um formulário online, disponível no site acessível até dezembro, abrangendo os seguintes públicos:
Artistas com deficiência que atuem com artesanato, artes visuais, audiovisual, circo, dança, literatura, música, performance, teatro e cultura popular.
Agentes culturais com deficiência, ou seja, pessoas que trabalham com produção, curadoria, gestão e áreas técnicas como iluminação, cenografia, trilha sonora, figurino, operação de som e luz, etc.
Profissionais com e sem deficiência que trabalham com acessibilidade cultural, ou seja, pessoas que atuam com audiodescrição, tradução de Libras, consultoria em acessibilidade, entre outras.
O formulário está disponível no Instagram @mapeamentoacessamais ou através do link https://www.mapeamentoacessamais.com.br/.
A equipe de pesquisadores, técnicos e bolsistas tem trabalhado desde o início do ano neste mapeamento, que resultará em um documento detalhado a ser publicado em um relatório final, disponível para consulta pública nos sites do MinC e da UFBA.