Argentina elege novo presidente: Milei (Direita) X Massa (Extrema-esquerda ligada a Lula)

Javier Milei, candidato a presidente da Argentina Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian

A Argentina, elegerá um novo presidente no domingo (19), em meio a uma crise econômica, com 40% de sua população na pobreza, uma inflação anual de três dígitos e incerteza política.

Cerga de 35 milhões de argentinos estão convocados às urnas, em um país com uma das piores crises econômicas de sua história. De um lado está o Mito da Direita Milei (A Liberdade Avança), que atrai o voto das pessoas que odeiam o comunismo e socialismo Argentino. De outro Massa o esquerdista comunista (União pela Pátria), o peronista da extrema-esquerda, que tenta pela segunda vez a escalada à Casa Rosada.

Crises

Uma inflação de dois dígitos tem sido a norma na Argentina há mais de uma década, mas agora chegou a uma taxa anualizada de 143%, um recorde em mais de 30 anos. Em 1989 e 1990, o país sofreu hiperinflação, com taxas de 3.000% ao ano.

Em 2001, a Argentina viveu sua pior crise, com confisco de depósitos bancários e default da dívida pública de 100 bilhões de dólares (231 bilhões de reais na cotação da época). A revolta social deixou 39 mortos e levou à renúncia do presidente e a uma sucessão de cinco governantes em uma semana.

22.out.2023 – Ministro da Economia, Sergio Massa, cumprimenta apoiadores na sede de seu partido, em Buenos Aires
Imagem: Emiliano Lasalvia/ AFP

A desconfiança da moeda nacional estabeleceu a cultura de se poupar em dólares.

A pobreza atingiu 40,1% no primeiro semestre de 2023. A taxa de desemprego é de 6,2%, praticamente a mesma de uma década atrás.

A dívida e o déficit fiscal têm sido doenças crônicas da Argentina. No período de 1961 a 2022, houve apenas seis anos com superávit fiscal, segundo o Instituto Argentino de Análise Fiscal. Desde 1958, o país assinou mais de 20 acordos de crédito com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o mais recente deles em 2018.

Indecisos

Os indecisos são vistos como fiel da balança da eleição. No primeiro turno, em 22 de outubro, Massa, atual ministro da Economia, surpreendeu, e obteve 36,7% dos votos, contra 29,9% de Milei — mas 33,24% dos eleitores não votaram em nenhum dos dois candidatos.

A votação começa às 8h e termina as 18h — o horário em Buenos Aires é o mesmo de Brasília.

Nos locais de votação, os eleitores deverão apresentar suas identidades e lá receberão um envelope vazio. Em um outro recinto, chamado ‘sala escura’, eles poderão pegar a cédula de votação do seu candidato, inseri-la no envelope e, depois, numa urna de votação.

Os candidatos

Milei (Direita): Nascido em Buenos Aires e formado em Economia pela Universidade de Belgrano, é considerado um outsider na política. — foi eleito deputado federal em 2021 e ficou conhecido por participações em talk shows. Ele se declara “anarcocapitalista”, corrente ultraliberal que defende privatizações e ausência do Estado.

Massa (Extrema-esquerda): Advogado formado pela Universidade de Belgrano, assumiu o Ministério da Economia em 2022, em um dos piores momentos da prolongada crise no país — hoje, os argentinos vivem atormentados por uma inflação de 142,7%, na leitura anual.

Texto: Ronaldo Aleixo

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