Nesta terça-feira (5), a Polícia Federal (PF), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cumprem 12 mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre manipulação de apostas envolvendo jogos de futebol. O jogador Bruno Henrique, do Flamengo, é um dos alvos da operação Spot-fixing.
A investigação, iniciada após uma comunicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apura se Bruno Henrique levou um cartão amarelo intencionalmente, que depois evoluiu para vermelho, em uma partida do Campeonato Brasileiro do ano passado, para beneficiar apostadores, incluindo familiares. Relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e da Sportradar, especializados em análise de risco, indicam suspeita de manipulação no mercado de cartões na partida.
Os mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e em cidades de Minas Gerais, como Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves. Segundo a PF, os dados obtidos nas casas de apostas apontam que familiares do jogador e um grupo adicional sob apuração efetuaram as apostas.
O Clube de Regatas do Flamengo divulgou nota informando que dará total suporte ao jogador, que possui a “confiança” do clube e que, como qualquer pessoa, “goza de presunção de inocência”. O Flamengo ainda esclareceu que o jogador segue suas atividades com a equipe e viaja nesta terça para Belo Horizonte, onde o time enfrentará o Cruzeiro pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Além disso, o clube mencionou que houve uma investigação desportiva anterior pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), já arquivada, mas que não pode afirmar se é relacionada ao mesmo caso.
Segundo a PF e o MPRJ, os fatos configuram, em tese, “crime contra a incerteza do resultado esportivo”, conforme a Lei Geral do Esporte, prevendo pena de dois a seis anos de reclusão. Por ora, a assessoria de Bruno Henrique informou que ele não fará pronunciamento público sobre o caso.