O Ninho do Urubu (Centro de Treinamento do Flamengo) funcionava sem o devido alvará de funcionamento quando um incêndio trágico ceifou a vida de dez jovens atletas da base do clube.
Apesar de todas as ilegalidades e da subsequente perda irreparável, o juiz responsável pelo caso chegou à conclusão brilhante de que não há provas suficientes para condenar quem quer que seja. Afinal, a lógica é cristalina: se o local operava de forma completamente ilegal e, portanto, insegura, qualquer tragédia lá dentro é apenas uma fatalidade sem culpados. Morrer num lugar que não deveria estar funcionando libera automaticamente todos os responsáveis de suas obrigações. A impunidade nunca foi tão eficiente!
Texto irônico de Ronaldo Aleixo Ronaldo AAleixo
O Caso
Quase sete anos depois do incêndio no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento do Flamengo, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, a Justiça absolveu os sete acusados, que respondiam pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave. Dez adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, morreram e três ficaram feridos.
A decisão, da 36ª Vara Criminal da Capital ainda cabe recurso. O juiz Tiago Fernandes Barros considerou a ação improcedente.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro havia pedido, em maio deste ano, a condenação de todos os acusados após ouvir mais de 40 testemunhas.
O incêndio aconteceu em fevereiro de 2019, nos conteiners usados como alojamento para as categorias de base do clube. Vinte e seis atletas dormiam quando o fogo começou num aparelho de ar condicionado.





