Por Lourenço Braga: NOITE DE NATAL

Lourenço Braga, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonaslourencodossantospereirabraga@hotmail.com

Para falar da vinda do Menino ao mundo dos homens, digo, em quase poesia, repetindo o sentimento:

NOITE DE NATAL

Que Natal comemorar?

O da troca de presentes

entre amigos e parentes

diante de mesa farta,

com frutas da estação,

algumas até importadas

desde logo descartadas,

com vinho, cerveja e champanhe,

inda nem sempre acompanhe

uma festa no coração?

Para a criança o brinquedo

mais caro que houver,

que nem sirva pra brincar,

seja mesmo pra guardar,

mas que vale ostentação,

em disputa nem bem velada

com quem jamais vai ganhar.

Ou o Natal da sinaleira,

do menino sem eira nem beira

na rua do desencanto,

que aprende na esmola

que nem precisa ir pra escola,

se o que lhe resta é pranto,

se a vida basta pra ensinar

que nem é possível sonhar?

E muitos passando ao largo,

como a desconhecer

que ali não há presente,

que a vida quase ausente

só lhes concede não morrer.

É tanta a indiferença

que nem se permitem ver

em cada olhar às vezes puro

um pedido, quase crença

de sonhar com o futuro.

Ou o Natal do idoso

que, esquecido e sozinho,

em casa, asilo, hospital,

entrega-se às próprias lembranças,

mesmo que lhe façam mal,

do tempo que também foi Noel,

de quando abraços trocou

até presentes recebeu,

mas vê que tudo passou

agora nem mesmo o papel

de presente lhe restou?

Se há visita, nem demora,

porque tem de ir embora

para a vida lá de fora,

sem sequer interessar

se a saudade vai ficar

machucando o coração

se o que de fato vai sobrar

é só o natal do não.

Felizmente ainda há,

dentre os muitos que festejam,

os que lembram da razão

do que devem comemorar

e homenageiam o Menino

da manjedoura pequenino

que veio para ficar.

Fazem festa de bonança

porque constroem a esperança

em Natal de amor e luz

bendizendo e festejando Jesus.

 

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