A divulgação de um vídeo que sugere uma possível ligação entre a candidatura de Brena Dianná (União Brasil) e o crime organizado levou a Polícia Militar a realizar uma operação no Residencial Parintins, na última sexta-feira (20). A ação contou com quatro viaturas e um efetivo significativo de policiais, que, apesar de não efetuarem prisões, removeram de uma caixa d’água uma bandeira utilizada por traficantes para marcar o território. O que chamou atenção foi o fato de a bandeira da facção criminosa exibir o símbolo do partido União Brasil, o mesmo ao qual a candidata Brena Dianná é filiada, sugerindo apoio à sua candidatura à Prefeitura de Parintins.
A possível aliança entre a vereadora e o crime organizado veio à tona após um vídeo ganhar grande repercussão nas redes sociais do município. No Residencial Vila Cristina, a comandante do Tráifco na região Ivanei Costa Marques, conhecido como Dêga ou “DG do Tráfico”, enviou um áudio em um grupo de moradores, ameaçando qualquer tentativa de campanha, especialmente da coligação “Parintins em Primeiro Lugar”, de acessar a área controlada pela facção. “Vou deixar um comunicado: nem tentem trazer o Mateus Assayag para o nosso bairro, porque, se soubermos quem trouxe, no dia seguinte teremos uma conversa séria”, declarou Dêga.
Paulo Feitosa, advogado e marido de Brena Dianná, foi fotografado ao lado de Dêga, após o suposto pacto que teria como objetivo impedir Mateus Assayag de fazer campanha em áreas dominadas pela facção criminosa. Esses territórios são demarcados por bandeiras vermelhas, que indicam o controle do Comando Vermelho. Ivanei Costa Marques, de 47 anos, tem um vasto histórico criminal e esteve entre os detentos que lideraram uma rebelião, que resultou na morte brutal de Admil de Souza Silva e Paulo Eliezer Miranda do Nascimento. Admil foi decapitado e seu corpo jogado em uma fogueira, enquanto Eliezer foi esfaqueado.
Felipe Conceição Ribeiro, conhecido como Felipinho, também investigado por tráfico de drogas e com várias passagens pela polícia, é outro apoiador da candidatura de Brena Dianná. Imagens de Felipinho ao lado da candidata circularam nas redes sociais, junto com registros de suas prisões e atividades relacionadas ao tráfico de drogas em eventos da cidade.
Até o momento, a campanha de Brena Dianná não emitiu nota oficial sobre as suspeitas de sua ligação com o crime organizado, nem esclareceu a relação com a bandeira do Comando Vermelho, que ostentava o símbolo de seu partido, ou comentou sobre as fotos de seu marido com Dêga, considerada a criminosa mais temida do Residencial Vila Cristina. Além disso, não houve explicação sobre as imagens da candidata com Felipinho.
A campanha de Mateus Assayag, por sua vez, anunciou que está formalizando uma denúncia à Polícia Federal, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ao Ministério Público e à Polícia Militar, solicitando uma investigação sobre a possível associação da candidatura de Brena Dianná ao tráfico de drogas e os áudios que indicam a proibição de sua campanha em determinadas áreas da cidade.
“Eu confio no aparato de segurança e no sistema de justiça do Brasil. Estou oficiando o comando da PM, pedindo providências para garantir a lei, a ordem e o direito de ir e vir de todo cidadão. Em Parintins, não deve existir área proibida para nenhum parintinense”, declarou Mateus Assayag.
Foto: Felipinho: Felipe Conceição Ribeiro e Brena Dianná
O espaço está aberto para que as partes citadas possam se manifestar.
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