A Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista realizou, nesta terça-feira (25/11), a culminância do projeto interdisciplinar “Multiletramento: uma sequência didática de Kamishibai”, desenvolvido com cerca de 200 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental. A ação integra o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e reuniu literatura, arte, língua portuguesa, língua japonesa e atividades lúdicas de movimento corporal.
O Kamishibai, tradicional “teatro de papel” japonês, foi o ponto de partida para explorar a leitura, oralidade, escrita e expressão artística. Após semanas de atividades, mais de 50 Kamishibais autorais foram produzidos pelos estudantes, que criaram seus próprios contos, ilustrações e apresentações, inspirados tanto em narrativas japonesas quanto em histórias amazônicas.
União de culturas, linguagens e criatividade
Idealizado pela professora de Língua Portuguesa Anaylle Queiroz, o projeto ganhou forma com o apoio de graduandos dos cursos de licenciatura em Língua Portuguesa, Língua Japonesa e Artes. A docente explica que a proposta buscou desenvolver múltiplas habilidades ao mesmo tempo, fortalecendo o contato dos alunos com diferentes linguagens, culturas e expressões artísticas.
“Ver nossos estudantes criando suas próprias histórias, ilustrando cada cena e mergulhando nesse universo do Kamishibai é extremamente gratificante. A atividade estimulou criatividade, escrita autoral, leitura crítica e ainda permitiu que eles se aproximassem de uma segunda língua. Mais do que aprender conteúdos, eles viveram um processo de invenção, imaginação e construção coletiva. Estou muito orgulhosa do que produzimos juntos”, destacou Anaylle.
Durante o processo, os alunos participaram de aulas de leitura, interpretação e escrita, consumiram contos japoneses e amazônicos, conheceram elementos culturais de ambas as tradições e realizaram atividades gamificadas. As gincanas incluíram desafios como “ovo na colher”, “estoura balão”, caças a palavras japonesas, circuitos de corrida e jogos de perguntas e respostas, iniciativas pensadas para tornar o aprendizado mais vivo e interativo.
Reconhecimento
Entre os mais de 50 trabalhos apresentados, o destaque foi para o Kamishibai “O Verso Queimado”, criado pela estudante Fernanda Nascimento, de 13 anos, vencedora do concurso interno promovido pela escola.
A obra conta a história de dois melhores amigos que sofrem uma maldição após lerem um poema proibido, uma narrativa mística, sensível e cheia de imaginação. De acordo com Fernanda, o conto foi criado em homenagem à sua mãe, que é escritora e sua principal inspiração.
“Desde que o projeto foi apresentado, eu fiquei muito animada. Eu desenho desde os dois anos e sempre gostei de inventar histórias. Criar meu Kamishibai foi divertido do início ao fim, e fiquei muito feliz em dedicar essa história à minha mãe. Meu sonho é ser uma mangaká famosa, então esse projeto foi muito especial para mim”, enfatizou a aluna.
FOTO: Euzivaldo Queiroz / Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar





