
Nesta semana, comemorou-se o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher’ (28/05), data que reforça a importância da informação de qualidade e acesso a serviços especializados para garantir o bem-estar integral das mulheres. Entre os diversos aspectos da saúde feminina, a saúde urológica ainda é um tema pouco abordado, mas, fundamental para a qualidade de vida e a autonomia das mulheres em todas as fases da vida, destaca o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.
Presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Figliuolo explica que os problemas urológicos como infecções urinárias recorrentes, incontinência urinária, bexiga hiperativa, cálculos renais e disfunções miccionais, são comuns na população feminina, mas, frequentemente negligenciados ou tratados de forma inadequada. “Muitas mulheres convivem em silêncio com sintomas como ardência ao urinar, urgência urinária, escapes involuntários de urina e dores pélvicas crônicas, acreditando serem normais com o avanço da idade, gestação ou menopausa”, explica o especialista, que também é doutor em saúde pública.
Prevenção e diagnóstico
Para Giuseppe Figliuolo, a prevenção passa por hábitos simples como boa hidratação, higiene íntima adequada, urinar após relações sexuais, evitar o uso indiscriminado de absorventes e roupas muito apertadas, além do controle de doenças como diabetes e obesidade, que podem agravar os quadros urológicos.
O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e melhorar o prognóstico. “Por isso, é fundamental que as mulheres incluam o urologista em sua rotina de cuidados com a saúde. Diferente do que muitos imaginam, o urologista não atende apenas homens. Ele é o médico especializado no sistema urinário de ambos os sexos, além do sistema reprodutor masculino”, destaca.
Nas mulheres, o urologista atua no diagnóstico e tratamento de infecções urinárias, incontinência, cistites intersticiais, cálculos renais, entre outras condições como os cânceres de bexiga e renal.
Figliuolo também explica que o tratamento de cada alteração varia de acordo com o quadro clínico da paciente e pode incluir desde mudanças comportamentais e fisioterapia pélvica, até o uso de medicamentos e, em casos específicos, cirurgias minimamente invasivas, que proporcionam recuperação mais rápida e menos efeitos colaterais.
Sintomas não devem ser ignorados
Entre os sintomas que não devem ser ignorados, estão: dor ou ardência ao urinar, vontade frequente de urinar mesmo com pouco volume, presença de sangue na urina, dor pélvica persistente, escapes involuntários de urina e dificuldade para esvaziar completamente a bexiga.
“Ignorar esses sintomas ou recorrer à automedicação pode agravar o quadro e comprometer não apenas o conforto, mas também a saúde renal e a qualidade de vida da mulher. O ideal é procurar avaliação médica especializada o quanto antes”, disse Figliuolo.
O cirurgião urologista reforça, ainda, que “a mulher precisa saber que o urologista é um aliado no cuidado com a sua saúde íntima e urinária. Procurar ajuda é um ato de autocuidado e amor-próprio”.