Em um mercado cada vez mais exigente, veloz e imprevisível, não é a falta de capital, de tecnologia ou de mercado que ameaça a sobrevivência de muitas empresas é a ausência de governança. E, entre os pilares que sustentam uma governança corporativa eficaz, o Conselho de Administração se destaca como uma estrutura inegociável para organizações que desejam crescer com consistência, atravessar gerações e evitar rupturas internas.
É o que defende o consultor Marx Gabriel, diretor da MB Consultoria, com mais de 30 anos de experiência na profissionalização de empresas familiares e duas décadas como conselheiro de administração.
“Ao longo de mais de trinta anos dedicados à consultoria em governança corporativa para empresas familiares e com a vivência de mais de duas décadas como conselheiro de administração, acumulei uma convicção inabalável: a instituição de um Conselho de Administração é um divisor de águas para a longevidade e o florescimento de qualquer organização que ambicione um futuro de crescimento sólido e gestão profissionalizada. Este não é um mero formalismo burocrático, mas uma engrenagem vital que impulsiona a performance e a resiliência empresarial.”
Segundo ele, o Conselho transforma radicalmente o nível de maturidade da gestão ao trazer uma lógica mais estratégica, profissional e orientada por resultados. O órgão passa a funcionar como catalisador da performance e como instância de alinhamento entre sócios, gestão e propósito de longo prazo.
“A decisão de implementar um Conselho de Administração transcende a simples adoção de uma ‘boa prática’. Ela se traduz em um compromisso com a excelência e com a construção de um legado”, pontuou.
*Governança como alavanca de performance*
De acordo com o consultor, empresas que adotam o Conselho com seriedade ganham musculatura para enfrentar os desafios do mercado com planejamento, inovação e inteligência competitiva. O Conselho cobra metas, valida estratégias, impõe transparência e estimula a cultura de alta performance.
“A cultura de prestação de contas instaura um foco implacável em resultados. O Conselho analisa criticamente o desempenho financeiro e operacional, comparando-o com as metas estabelecidas e com benchmarks do setor. Essa análise não se limita ao curto prazo; há uma preocupação constante com a sustentabilidade dos resultados e com a criação de valor a médio e longo prazo, evitando que a busca por lucros imediatos comprometa o futuro da organização”, reforça.
Instrumento para prevenir conflitos e preparar a sucessão
Além dos ganhos operacionais, Marx Gabriel destaca o papel fundamental do Conselho na pacificação e alinhamento entre sócios, especialmente nas empresas familiares.
“Em empresas, especialmente as de controle familiar, a harmonia entre os sócios é um pilar essencial. O Conselho de Administração oferece um espaço formal e neutro para […] prevenir mal-entendidos e ressentimentos futuros”, afirma.
O Conselho também assume papel decisivo na condução de sucessões empresariais, um dos momentos mais críticos na vida de uma organização. Por meio do conselho é instituído, de forma antecipada, um processo formal de planejamento identificando as necessidades futuras da nova liderança.
*O preço da ausência*
Marx alerta para os perigos de se ignorar essa estrutura de governança. Assim como é importante reconhecer os benefícios da presença de um conselho, a sua ausência pode contribuir com um custo significativo e por vezes fatal à instituição.
“Portanto, a pergunta não deveria ser apenas ‘Por que implementar um Conselho de Administração?’, mas também ‘Quais riscos minha empresa corre ao não ter um?’. Minha experiência demonstra que ignorar a necessidade de um Conselho é apostar contra as probabilidades de sucesso e longevidade no complexo e dinâmico mundo dos negócios”, finaliza.
Sobre o consultor
Marx Alexandre C. Gabriel é mestre em Administração, pós-graduado em Agronegócio, conselheiro de administração, pecuarista e autor do livro Direto ao Ponto. Atua como diretor da MB Consultoria, empresa com mais de 30 anos de atuação em estruturação de conselhos, profissionalização de empresas familiares e gestão estratégica.