Ponta do Pepeta e Cacau Pirêra: O abandono pós-ponte Rio Negro vai fazer 15 anos (7 anos só do Governo Wilson Lima e 5 anos do atual prefeito de Iranduba)

Wilson Lima, ao lado do prefeito Augusto Ferraz,

A inauguração da Ponte Jornalista Phelippe Daou, mais conhecida como Ponte Rio Negro, em outubro de 2011, prometeu ser o marco de um novo ciclo de desenvolvimento para o município de Iranduba, interligando-o permanentemente à capital Manaus. No entanto, o que deveria ser um salto para o progresso se transformou em um cenário de estagnação e abandono para as comunidades que eram o coração da travessia fluvial, como a extinta Ponta do Pepeta e o distrito de Cacau Pirêra.

O esvaziamento da Ponta do Pepeta

 

 

 

 

 

A Ponta do Pepeta, em Iranduba, era o ponto nevrálgico de desembarque das balsas que faziam a ligação com o Porto de São Raimundo, em Manaus. Antes da ponte, era um local de intensa movimentação de veículos, mercadorias e pessoas, impulsionando um comércio e uma economia local, apesar da infraestrutura precária e das longas filas.

Com a ponte, essa função estratégica desapareceu completamente. O fluxo de pessoas e o dinheiro que circulavam ali se esvaíram, deixando para trás um local esvaziado que perdeu sua relevância econômica e estrutural. A tragédia se completa pela ausência de um plano de transição que pudesse amparar os moradores e comerciantes afetados pela mudança radical na dinâmica de transporte.

Cacau Pirêra: entre a conectividade e o atraso

No caso de Cacau Pirêra, um distrito expressivo de Iranduba, a construção da ponte e a consequente reconfiguração espacial provocaram profundos impactos. A localidade já era um polo importante, com seu porto servindo para o transporte de produtos como tijolos e telhas para Manaus.

A Ponte Rio Negro, embora tenha trazido a facilidade de ligação por terra, não garantiu o suporte necessário para que o distrito prosperasse na nova dinâmica. Relatos pós-inauguração indicam que o sonho de desenvolvimento não se concretizou. O município de Iranduba, como um todo, mergulhou em um cenário de atraso e falta de investimentos essenciais, apesar de estar interligado à capital por uma obra de engenharia de grande porte.

A oportunidade perdida em Iranduba

A situação de Iranduba, onde se localizam Cacau Pirêra e a extinta Ponta do Pepeta, é frequentemente descrita como um exemplo de oportunidade perdida. A grande obra de infraestrutura não foi acompanhada de políticas públicas eficazes para:

Reestruturar a economia local: O setor oleiro, por exemplo, embora forte, não recebeu o incentivo necessário para modernização e crescimento.

Melhorar a infraestrutura urbana: A carência em áreas como saneamento básico, saúde e educação persiste e não foi priorizada.

Incentivar o turismo: Atrativos locais, como as Ruínas de Paricatuba, não recebem a atenção e o investimento devidos para gerar renda para a população.

Em vez de colher os frutos do progresso prometido, o município, e em especial as comunidades impactadas, enfrentam um cotidiano de estagnação e abandono. Este cenário evidencia a falha do Governo do Amazonas e da Prefeitura de Iranduba em transformar a conectividade física em desenvolvimento social e econômico duradouro. O legado da Ponte Rio Negro, para estas comunidades, é o contraste gritante entre a grandiosidade da obra de engenharia e a decadência do que ficou para trás.

Governadores

De outubro de 2011 até 2025, o estado do Amazonas teve uma sucessão de governadores, incluindo gestões completas e mandatos-tampão devido a cassações.

 

Os governadores que ocuparam o cargo nesse período foram:

Omar Aziz (no cargo quando a ponte foi inaugurada em 2011, completando o mandato).

José Melo de Oliveira (eleito em 2014, teve o mandato cassado em 2017).

David Almeida (governador tampão entre maio e outubro de 2017, após a cassação de José Melo).

Amazonino Mendes (eleito em 2017 para o mandato-tampão).

O que chama a atenção é o governador Wilson Miranda Lima (União Brasil) (eleito em 2018 e reeleito em 2022, com mandato previsto até 2026), que completará oito anos de gestão com nenhum progresso notável realizado na região. Aliás, o cenário se complica com a informação de que o governador é pré-candidato e deve deixar o mandato para seu vice, Tadeu, sinalizando uma possível interrupção no final da gestão sem que as questões urgentes do município tenham sido resolvidas.

Wilson Lima, ao lado do prefeito Augusto Ferraz,

O atual prefeito de Iranduba é José Augusto Ferraz de Lima (União Brasil) (O Prefeito reeleito para o exercício de 2025) com 18.117 votos, 49,55% dos votos válidos

.

Foto: Google/tyba.com.br 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui