
Na terça-feira, senadores republicanos se juntaram aos democratas em uma rara repreensão ao Presidente Donald Trump, aprovando uma resolução para reverter a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros.
A resolução, liderada pelo Senador Tim Kaine (D-Virgínia), passou no Senado por 52 votos a 48, com um punhado de republicanos alinhando-se contra a estratégia comercial do presidente. O objetivo da medida é derrubar a declaração de emergência usada por Trump para justificar a imposição da pesada tarifa, que foi vista como um apoio a um aliado político, segundo Kaine.
Apesar da vitória no Senado, a resolução enfrenta dois obstáculos críticos que a tornam, na prática, inviável no momento:
A legislação não será votada na Câmara dos Representantes antes de janeiro do próximo ano. Republicanos da Câmara aprovaram uma regra que impede a análise de medidas relacionadas às tarifas de Trump, bloqueando o avanço da resolução.
Dependência de Trump: Mesmo que a resolução fosse aprovada na Câmara, ela ainda precisaria da sanção do Presidente Trump para entrar em vigor. Dada a origem da tarifa e a defesa de sua estratégia comercial, o presidente já indicou que vetaria a medida.
A oposição às tarifas baseia-se na contestação do uso de poderes emergenciais para fins comerciais. O Senador republicano Rand Paul (R-Kentucky), um dos críticos, argumentou que “emergências são como guerra, fome, tornado; não gostar das tarifas de alguém não é uma emergência”.
Paul também destacou que as tarifas são um imposto que recai principalmente sobre os consumidores americanos. “É um imposto sobre as pessoas que compram produtos da China, que são em sua maioria americanos. Os impostos devem ser criados na Câmara dos Representantes,” declarou.
Em resumo: Embora o Senado tenha emitido um forte sinal de descontentamento, a decisão final sobre a revogação da tarifa de 50% sobre o Brasil dependerá da mudança de posição do Presidente Trump ou da superação dos bloqueios processuais no Congresso, o que é improvável no futuro próximo.




