Trump Media: Moraes é funcionário do Governo brasileiro e excede poderes em ações contra americanos

Alexandre de Moraes é um funcionário que age "em nome do Estado estrangeiro" quando seus atos ultrapassam os limites de sua autoridade.

Ministro do STF brincou com Toffoli durante sessão ao vivo transmitida pela TV Justiça/Reprodução

A Trump Media & Technology Group, empresa comandada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma ação legal nos Estados Unidos nesta sexta-feira (6/6) na qual argumenta que a Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras (FSIA) não se aplica ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A empresa busca reparação de danos após Moraes ter ordenado o bloqueio de redes sociais e outras medidas contra empresas e cidadãos norte-americanos.

O argumento da Trump Media

No processo, a Trump Media sustenta que, apesar de ministros de Estado e suas agências geralmente gozarem de imunidade sob a FSIA, essa proteção não se estende a um funcionário que age “em nome do Estado estrangeiro” quando seus atos ultrapassam os limites de sua autoridade.

“Como ministro do STF, o ministro Moraes é funcionário do governo brasileiro. Embora os Estados estrangeiros e suas agências e instrumentos normalmente gozem de imunidade sob a Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras, ela não se aplica a um funcionário supostamente ‘agindo em nome do Estado estrangeiro’. Qualquer reivindicação de imunidade por um funcionário estrangeiro é regida por princípios de direito consuetudinário”, afirma a Trump Media na ação.

A empresa argumenta que, de acordo com o direito consuetudinário da imunidade soberana estrangeira, um funcionário só tem direito à imunidade por atos praticados em sua capacidade oficial e quando o exercício da jurisdição sobre esse funcionário for semelhante à aplicação de uma regra de direito contra o Estado estrangeiro. A Trump Media enfatiza que “um funcionário não atua em sua capacidade oficial quando os atos impugnados estão fora do escopo da autoridade desse funcionário – ou seja, os atos são ultra vires“.

A expressão em latim “ultra vires” significa “além dos Poderes” e é usada no jargão jurídico para indicar uma ação que excede os limites legais ou autorizados de uma entidade ou autoridade.

A Posição de Alexandre de Moraes

Por outro lado, o ministro Alexandre de Moraes defende que o bloqueio de redes sociais de cidadãos norte-americanos foi uma medida necessária. Segundo ele, usuários nos Estados Unidos conseguem interagir com plataformas no Brasil, e a remoção de perfis de usuários nos EUA foi fundamental para evitar abalos democráticos em solo brasileiro.

Pedidos da Trump Media à Justiça dos EUA

No processo, a Trump Media e a plataforma Rumble fazem os seguintes pedidos à Justiça norte-americana:

  • Declarar as “ordens de mordaça” (censura) de Moraes inexequíveis nos EUA, alegando que feririam a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos.
  • Emitir julgamento a favor da Trump Media e da plataforma Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes.
  • Proibir que Moraes obrigue outras empresas, como Google e Apple, a remover ou ameaçar remover o aplicativo Rumble de suas lojas de aplicativos.
  • Conceder reparação de danos a pessoas e empresas impactadas por decisões de Moraes.

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