Um desfecho trágico envolvendo violência doméstica foi registrado na noite de anteontem, em Campinas. Uma mulher de 46 anos dopou com rivotril, amarrou e ateou fogo no namorado de 44 anos, que chegou a pedir ajuda para ela com o corpo em chamas.
O crime aconteceu na casa onde eles viviam, no Parque Dom Pedro 2, no distrito do Ouro Verde.
Para a polícia, a atendente Elenir Fastroni alegou que o crime foi motivado pelo fato do companheiro exigir sexo após assistir a um filme pornográfico.
Ela foi presa em flagrante e está com escolta policial no hospital, já que sofreu queimaduras nos pés e tornozelos e estava inconsciente.
Segundo familiares, Elenir sofre de depressão e vivia um relacionamento tóxico com Alex Pereira Lopes, recebendo inclusive conselhos dos filhos e da família para separar dele.
O casal se conheceu há cinco meses, quando ela estava no hospital. Elenir é mãe de cinco filhos, que moram com o pai em outro bairro.
De acordo com um dos filhos de Elenir, o militar João Antônio Fastroni, o casal costumava se embriagar com bebidas e ela usava remédios controlados.
Já Lopes foi descrito como agressivo e já tinha ameaçado bater em dois dos filhos dela. O relacionamento conturbado era envolvido por crises de ciúmes de ambas as partes.
“Eles tinham muitas brigas e ele fazia ameaças para minha mãe, dizendo que ia matar a gente”, contou João.
Vizinhos relataram que na semana passada o casal teve uma briga feia e que de longe era possível ouvir a gritaria na casa.
“Não sabemos o que aconteceu com eles, mas houve xingamentos e ela gritava muito. Em dado momento, ela saiu para a rua e seguiu falando alto”, contou um morador que não quis ser identificado e disse que ninguém se envolveu na briga do casal.
A Polícia Militar foi acionada por João após Elenir ligar para o filho contando que tinha matado o namorado. O crime aconteceu foi por volta das 18h30.
A mulher foi encontrada desorientada a cerca de 500 metros da casa. Ela estava com um isqueiro na mão e disse estar indo comprar cigarro. A mulher apresentava queimaduras em seus pés e nos dois tornozelos.
Elenir contou aos policiais que durante a discussão ela foi até a cozinha, preparou um suco e acrescentou 200 gotas de rivotril. Lopes teria bebido o suco e desmaiado. Ela então o amarrou no chão e depois despejou gasolina no corpo dele.
A mulher ainda relatou que ateou fogo e saiu do quarto fechando a porta. Do lado de fora do quarto, Elenir escutou a vítima acordar gritando e se arrastando.
Algum tempo depois, com receio do fogo se propagar pela casa, Elenir pegou a mangueira no quintal e tentou extinguir as chamas. Ela foi detida por homicídio e levada para o Pronto Socorro do Hospital Ouro Verde, onde ficou internada, mas devido ao seu estado de saúde foi transferida para o Hospital Irmãos Penteado, onde segue internada. Não foi informado se Elenir tinha denunciado o namorado por violência ou ameaça.
