Modelo de Atenção Primária à Saúde de Manaus será compartilhado em evento internacional

Fotos - Divulgação/Semsa

As estratégias adotadas pela Prefeitura de Manaus para ampliar e qualificar a assistência à saúde na capital serão compartilhadas durante o XVII Laboratório Ítalo-Brasileiro (e não só) de Formação, Pesquisa e Práticas em Saúde Coletiva, que acontece em Bolonha, na Itália, a partir da próxima segunda-feira, 24/2, reunindo técnicos e gestores de saúde coletiva. O evento é fruto de parceria bilateral para a troca de experiências e implementação de ações que visam saúde e qualidade de vida. A capital amazonense, que tem se destacado nacionalmente por resultados obtidos na Atenção Primária à Saúde, será representada no encontro por uma comitiva da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

A titular da pasta, Shádia Fraxe, fará parte da mesa de abertura do Laboratório, apresentando um panorama do trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Manaus, nas áreas de promoção e assistência à saúde. Ela dará destaque às particularidades da região e aos desafios de alcançar, em especial, as populações rurais dispersas em regiões terrestres e ribeirinhas. “Vamos falar sobre como fazemos saúde na área urbana e também sobre como vencemos as dificuldades para chegar até comunidades distantes, mostrando o modelo de unidades fluviais, os atendimentos de rotina, consultas, imunização, tratamento de endemias e outros serviços indispensáveis”, informa a secretária.

Para Shádia Fraxe, a troca de experiências entre Brasil e Itália pode permitir a ambos a incorporação de estratégias e ferramentas de qualificação da assistência em saúde prestada aos cidadãos. “Considero que a parceria é um reconhecimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, que é referência mundial quando se fala em modelo de saúde gratuito e universal”.

Com edições anuais desde 2021, o Laboratório terá, desta vez, a participação de cinco cidades brasileiras. Além de Manaus, Brasília, Vitória, São Luís e Porto Alegre estarão presentes na programação, que se estende até o dia 28/2.

O subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, ressalta que esta é uma oportunidade de levar para fora do país as experiências que Manaus tem realizado em relação às políticas públicas que visam, entre outras coisas, a equidade na atenção primária, destacando as populações vulneráveis, como os apátridas e indígenas, e também permite ver o que outros países tem feito nessa área.

Representando a Escola de Saúde Pública (Esap/ Semsa) no evento, a diretora Karina Cerquinho salienta a importância da sistematização da formação de gestores, pesquisadores e trabalhadores da saúde para o campo das práticas de saúde coletiva. “O Laboratório vai contar com diversas escolas de saúde brasileiras envolvidas nas discussões de propostas que poderão servir de referência para os programas de educação em saúde relacionados aos termos previstos nos protocolos de cooperação técnica”.

A técnica do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Esap e coordenadora do projeto Começo Meio Começo, da Fiocruz, Thalita Guedes, que já está em Bolonha participando de eventos satélites do Laboratório, explica que atualmente a parceria entre Brasil e Itália considera uma mudança de paradigma na saúde coletiva italiana e uma possível implantação, no sistema de saúde italiano, da atenção básica e dos agentes comunitários de saúde nos moldes brasileiros. Neste sentido, estão sendo desenhadas cooperações técnicas entre Manaus, Brasília, Vitória, São Luís e Porto Alegre com as italianas Bolonha, Parma e Modena. “Antigamente a cooperação acontecia apenas por meio da Rede Unida e agora se expande com a participação dos municípios”, disse.

De acordo com Thalita, a ideia da cooperação técnica é que ela seja para a troca de experiências, educação, formação de profissionais de saúde, implantação de alguns serviços de atenção básica e pesquisa. “Então é um termo bem abrangente nesse sentido”, observa a técnica.

De acordo com a programação do evento, serão realizadas reuniões em eixos temáticos como territórios remotos, para abordagem de estratégias para desenvolver a assistência em saúde em áreas de forte despovoamento, falta de pessoal e processos de vulnerabilidade global; o envelhecimento como fase da vida; e artes, cultura e saúde.

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