Conselho Federal de Medicina cria Comissão de Saúde e Espiritualidade

O Conselho Federal de Medicina (CFM) criou a Comissão de Saúde e Espiritualidade para avaliar estudos que buscam entender como a religiosidade, a fé e a espiritualidade podem interferir na evolução clínica positiva de pacientes e até na prevenção do adoecimento. A comissão é composta por pesquisadores e estudiosos com publicações sobre o tema, que vem sendo bastante discutido em congressos médicos de várias especialidades.

Segundo a coordenadora da comissão, a médica e conselheira do CFM Rosylane Rocha, a ideia é avançar na discussão para consolidar um entendimento que possa orientar os médicos:

“A gente sabe que a própria OMS tem admitido o novo conceito, né, de saúde, como perfeito estado de saúde física, mental, social e espiritual. Então, o Conselho Federal de Medicina, dentro das suas atribuições, quer saber, dentro da literatura científica, das pesquisas, como que está essa questão da influência da fé na recuperação da saúde dos pacientes, e até mesmo de prevenção de adoecimento, para que o conselho possa orientar os médicos sobre esse tema”.

Apesar de o assunto já contar com vários estudos, a médica acredita que novas pesquisas também são necessárias:

“Tudo na medicina começa de forma observacional e, depois, os estudos vêm acontecendo, e a gente precisa ir analisando as variáveis, o nível de evidências. Então, vamos ainda iniciar a análise desses estudos que já existem e propor novos também. Esse tema é um tema que precisa trazer fundamento científico e conhecimento”.

A conselheira do CFM reforçou que o trabalho da comissão não vai focar nas religiões, e sim no efeito da prática da fé, da espiritualidade, na saúde das pessoas. Ela também esclareceu que o componente espiritual não está sendo discutido como um substituto do tratamento convencional, e sim complementar.

“Esse componente da espiritualidade pode vir a compor uma orientação médica terapêutica, sem, no entanto, interferir no que hoje já existe. Assim como vários médicos, por questões de também comprovação científica, durante o tratamento, nós indicamos a realização de atividade física sob supervisão. Não quer dizer que vai substituir o tratamento medicamentoso, por exemplo. Mas ele é um componente que faz parte da prescrição médica”, destacou a médica.

O médico pneumologista Blancard Torres, autor do livro Doença, Fé e Esperança, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, afirma que a espiritualidade já está comprovada cientificamente, com sua ação liberando vários neurotransmissores que conectam o cérebro a todos os órgãos. Blancard defende o uso desse recurso como aliado na medicina e alerta que, para obter os efeitos benéficos, é preciso cultivar essa espiritualidade:

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Conselho Federal de Medicina cria Comissão de Saúde e Espiritualidade
Objetivo é avaliar estudos sobre fé e evolução clínica positiva
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Fabiana Sampaio – Repórter da Rádio Nacional
17/03/2025 – 22:29
Rio de Janeiro
Brasília (DF), 05.07.2024 – Fachada do prédio do Conselho Federal de Medicina. Foto: CFM/Divulgação© CFM/Divulgação
O Conselho Federal de Medicina (CFM) criou a Comissão de Saúde e Espiritualidade para avaliar estudos que buscam entender como a religiosidade, a fé e a espiritualidade podem interferir na evolução clínica positiva de pacientes e até na prevenção do adoecimento. A comissão é composta por pesquisadores e estudiosos com publicações sobre o tema, que vem sendo bastante discutido em congressos médicos de várias especialidades.

Segundo a coordenadora da comissão, a médica e conselheira do CFM Rosylane Rocha, a ideia é avançar na discussão para consolidar um entendimento que possa orientar os médicos:

“A gente sabe que a própria OMS tem admitido o novo conceito, né, de saúde, como perfeito estado de saúde física, mental, social e espiritual. Então, o Conselho Federal de Medicina, dentro das suas atribuições, quer saber, dentro da literatura científica, das pesquisas, como que está essa questão da influência da fé na recuperação da saúde dos pacientes, e até mesmo de prevenção de adoecimento, para que o conselho possa orientar os médicos sobre esse tema”.

Apesar de o assunto já contar com vários estudos, a médica acredita que novas pesquisas também são necessárias:

“Tudo na medicina começa de forma observacional e, depois, os estudos vêm acontecendo, e a gente precisa ir analisando as variáveis, o nível de evidências. Então, vamos ainda iniciar a análise desses estudos que já existem e propor novos também. Esse tema é um tema que precisa trazer fundamento científico e conhecimento”.

A conselheira do CFM reforçou que o trabalho da comissão não vai focar nas religiões, e sim no efeito da prática da fé, da espiritualidade, na saúde das pessoas. Ela também esclareceu que o componente espiritual não está sendo discutido como um substituto do tratamento convencional, e sim complementar.

“Esse componente da espiritualidade pode vir a compor uma orientação médica terapêutica, sem, no entanto, interferir no que hoje já existe. Assim como vários médicos, por questões de também comprovação científica, durante o tratamento, nós indicamos a realização de atividade física sob supervisão. Não quer dizer que vai substituir o tratamento medicamentoso, por exemplo. Mas ele é um componente que faz parte da prescrição médica”, destacou a médica.

O médico pneumologista Blancard Torres, autor do livro Doença, Fé e Esperança, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, afirma que a espiritualidade já está comprovada cientificamente, com sua ação liberando vários neurotransmissores que conectam o cérebro a todos os órgãos. Blancard defende o uso desse recurso como aliado na medicina e alerta que, para obter os efeitos benéficos, é preciso cultivar essa espiritualidade:

“O grande problema da espiritualidade é não se exercitar e querer que ela haja de repente. Subitamente estou doente e, agora, quero contar com a espiritualidade. Não é assim. A gente tem que exercitar esse dom. Esse dom é fundamental nas nossas vidas. Porque, se você tem a espiritualidade, seja com o que for, você vai reagir de uma forma diferente”.

A comissão criada pelo Conselho Federal de Medicina deve realizar, no segundo semestre deste ano, um fórum com a participação de vários estudiosos e pesquisadores do assunto.

*Com produção de Dayana Vitor

Edição:
Bianca Paiva / Rafael Guimarães/Agência Brasil
Foto: CRM

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