Dia Mundial da Psoríase: Doença afeta muito além do físico, emocional de pacientes também sofre

Segundo a OMS, 3% da população mundial apresenta sintomas da psoríase

Neste dia 29 de outubro, Dia Mundial da Psoríase, pacientes e especialistas chamam a atenção sobre os efeitos emocionais que a doença acarreta, já que muito além dos sintomas físicos, como os que se destacam na pele, órgãos internos e articulações, a doença causa, sobretudo, grande impacto na saúde emocional de quem convive com ela.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a psoríase é uma doença crônica e não contagiosa que tem na predisposição genética, juntamente com fatores ambientais e emocionais, as causas do seu surgimento. “O estresse é um fator de desencadeamento e também de agravamento da psoríase, por um lado aumenta a liberação de cortisol aumentando a inflamação no corpo e por outro, desregulando as células de defesa que por conta disso atacam a própria pele do paciente”, explica a psicóloga da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), Karin Lopes.

Com lesões avermelhadas na pele, que descamam, resultado de processo autoinflamatório, o paciente tende a ter grande incômodo e, por conta da aparência, isolar-se socialmente por receio de sofrer preconceito. “A aparência da pele inflamada tende a causar afastamento de pessoas sem informação, que confundem com doenças que podem se propagar pelo contato”, complementa Karin.

A doença também pode afetar articulações, causando a artrite psoriásica (condição que pode afetar até 30% dos casos), além de comorbidades como doenças cardiometabólicas, gastrointestinais e, como pontua a psicóloga da Fuham, distúrbios do humor, com profundo impacto na qualidade de vida do paciente. “Além de aumentar a tendência ao isolamento social por conta da aparência descamativa e grosseira que a pele adquire, pessoas sem apoio social com tendência a transtornos de humor podem desenvolver depressão ou outros [transtornos]”, avalia.

Informação é essencial

Como explicado pela psicóloga Karin Lopes, a saúde emocional do paciente de psoríase sofre grande impacto, podendo agravar o seu estado de saúde, influenciando tanto na gravidade do quadro da doença em si, como também predispondo ao desenvolvimento de transtornos de humor.

É imprescindível ressaltar que a psoríase não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa e nem deve ser evitado, pois o apoio emocional faz toda diferença.

“A saída para isso é informar à sociedade a natureza dessa doença e que o acolhimento e a empatia com a angústia desses pacientes os ajuda a melhorar”, finaliza Karin.

Números da psoríase

A Psoríase Brasil, Associação Brasileira de Psoríase, Artrite Psoriásica e de outras Doenças Crônicas de Pele, afirma que no Brasil cerca de 1,31% da população convive com a psoríase, o que significa mais de 5 milhões de pessoas.

Na Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), unidade da Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Amazonas, onde pacientes com psoríase são atendidos, do ano 2000 até 2024, 6.765 pacientes já foram diagnosticados com a doença, sendo 490 em 2023 e 504 casos diagnosticados em 2024. São pacientes que visitam periodicamente a instituição para acompanhamento e tratamento constante.

Embora não tenha cura, a psoríase tem tratamento eficaz e gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doença, quando bem controlada, pode ter momento em que seus sintomas se atenuem ou até desapareçam, desde que as visitas periódicas ao especialista sejam mantidas.

Sintomas

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os sintomas podem variar de paciente para paciente, conforme a apresentação e gravidade da doença, podendo incluir: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações da sua forma (sulcos e depressões); inchaço e rigidez nas articulações; em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades.

É importante procurar um dermatologista especializado para melhor identificar, classificar e indicar o melhor tratamento, adequado para cada caso.

Tratamento

Existem diversos tratamentos que são adotados conforme a gravidade da psoríase em uma pessoa, podendo inclusive ser adotada uma combinação de terapias. Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões.

Na Fuham o paciente dispõe de todas as modalidades terapêuticas indicadas para o tratamento da psoríase, tratamento gratuito ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes têm acesso à medicação tópica, fototerapia, medicações sistêmicas clássicas e biológicas, modalidades oferecidas conforme o caso de cada paciente que, uma vez entre no serviço de saúde na Fuham, passa a ter acompanhamento periódico, incluindo serviço de psicoterapia.

É importante o paciente desenvolver medidas para melhoria de sua qualidade de vida, com atividade física, alimentação balanceada, hidratação da pele, seguir corretamente o tratamento prescrito, e, em alguns casos, dispor de um acompanhamento psicológico. O paciente nunca deve interromper o tratamento.

Vídeo explicativo

O canal da Fuham, na plataforma YouTube, um vídeo com as principais informações sobre a psoríase. O vídeo tem a participação de pacientes e da médica dermatologista Mônica Santos, do quadro profissional da FUHAM. O vídeo está acessível no https://www.youtube.com/alfredodamattaam.

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