Médico explica substância proibida que causou a morte de influencer em Goiânia

O uso de silicones líquidos para fins estéticos foi proibido desde a gestão de Dr. Luiz Haroldo Pereira, membro e ex-presidente da SBCP. Apesar disso, as substâncias ilegais continuam sendo usadas em clínicas clandestinas

Aline Ferreira, com apenas 33 anos, entrou para a estatística de jovens que sofreram as consequências do polimetilmetacrilato (PMMA). A influenciadora passou por um procedimento para aumento de glúteos no último fim de semana e morreu nesta terça-feira (02). Na noite do dia 03, a dona da clínica que realizou o procedimento em Goiânia, foi presa. Membro e ex-presidente da SBCP, Dr. Luiz Haroldo Pereira explica a substância proibida durante sua gestão no Rio de Janeiro e os riscos de qualquer tratamento em clínicas clandestinas.

O que é o PMMA – Polimetilmetacrilato é um componente plástico utilizado como matéria prima para a produção de lentes odontológicas, por exemplo. Assim como o silicone industrial, é proibido pela ANVISA para fins estéticos.

“Um bom médico obviamente não utiliza qualquer produto que seja proibido ou não seja indicado pela SBCP. Então, pessoas que querem ‘milagres’ na estética, buscam por esteticistas, biomédicos e profissionais não habilitados para aplicar essas substâncias, levando a consequências fatais”, afirma o médico.

Riscos reais – Segundo o médico, diversas complicações podem acontecer. Entre as piores, uma embolia provocada por injeção dentro de um vaso sanguíneo, “o que levaria a um problema pulmonar que mata o paciente imediatamente”.

No caso de Aline, Dr. Luiz Haroldo especula que tenha ocorrido uma infecção no primeiro local, levando a uma interação entre dois a três dias depois, com uma série de complicações. “O paciente acaba morrendo por septicemia, que é uma infecção generalizada por um produto não legalizado”.

Até mesmo se o pós imediato ao procedimento aparentar ter dado certo, a substância pode causar danos futuros. “O silicone industrial ou PMMA é uma partícula pesada. Quando injetado no glúteo, vai descendo e encontramos até nas pernas, gerando uma série de complicações de membros inferiores”.

O número de mortes só aumenta – Aline não foi a primeira vítima. “Acontece com muita frequência, mas acho que acontece até menos do que o que seria provável, pela maneira indiscriminada que essas substâncias são utilizadas. É proibido, não deve ser utilizado”.

Soluções para quem sonha com procedimentos similares – Apesar de tudo, existem formas seguras de obter o resultado do PMMA, sem o uso de substâncias proibidas e prejudiciais. “Hoje nós temos os bioestimuladores, a base de ácido hialurônico, próteses de silicone e até mesmo o enxerto de gordura. Lembrando que todos devem ser feitos por um cirurgião plástico em ambiente hospitalar”.

Saiba mais sobre Dr. Luiz Haroldo Pereira

Dr. Luiz Haroldo Pereira, que atende em Copacabana, no Rio de Janeiro, é referência em cirurgia corporal e facial no Brasil. O médico já foi presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) do Rio Janeiro, participou da banca de exames para título de especialista em cirurgia plástica durante 12 anos e, desde 2006, é membro da comissão de avaliação para médicos que desejam se torna titulares da SBCP, capacitados para realizar as cirurgias de abdominoplastia, lipoaspiração, implantes de silicone e outros procedimentos.

www.drluizharoldo.com.br/

www.instagram.com/luizharoldopereira

Foto: Aline Ferreira, a influenciadora que morreu após aplicação de PMMA (Reprodução Instagram)

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