A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) participam do Simpósio de Saúde e Migração nas Fronteiras – Etapa Tabatinga e Benjamin Constant. O evento reúne representantes estratégicos do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de fortalecer as capacidades locais frente aos desafios impostos pela migração, pelas mudanças climáticas e pelas condições singulares da Amazônia fronteiriça.
Promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em parceria com o Ministério da Saúde e instituições federais, estaduais e municipais, o evento, que começou na quarta-feira (29/10), se estende até esta sexta-feira (31/10), no município de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus).
A secretária executiva adjunta do Interior da SES-AM, Rita Almeida, que representou a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, ressaltou o papel estratégico da cooperação entre os entes federativos. “As regiões de fronteira exigem respostas oportunas, com planejamento e união de esforços. O trabalho conjunto entre Estado, municípios e parceiros internacionais é essencial para garantir um SUS fortalecido e capaz de acolher todos os que vivem ou transitam por essas áreas”, afirmou.
Para a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, a iniciativa reforça a importância da integração institucional. “Participar do simpósio é reafirmar o compromisso do Amazonas com estratégias contínuas e integradas voltadas para a saúde das populações em regiões de fronteira, promovendo o diálogo entre instituições e comunidades”, destacou.
Integração e resposta rápida
De acordo com o consultor nacional da OPAS/OMS no Brasil, Marcus Vinícius Quito, o encontro propõe debater a dinâmica da saúde em contextos de fronteira, considerando os impactos das mudanças climáticas, da migração populacional e das especificidades culturais e sociais da Amazônia. “A iniciativa busca fortalecer uma visão pan-americana de saúde, promovendo o intercâmbio entre gestores e profissionais e a construção de estratégias conjuntas para enfrentar os desafios de fazer saúde em territórios amazônicos e fronteiriços”, observou.
O representante da Assessoria de Migração da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), João Roberto Cavalcante Sampaio, destacou a relevância de ações voltadas às populações migrantes e refugiadas. “Nosso objetivo é levar as vivências locais para subsidiar as políticas do Ministério da Saúde, especialmente no cuidado às populações em situação de vulnerabilidade nas fronteiras”, afirmou.
O secretário municipal de Saúde de Tabatinga, Janderson Felix, reforçou o papel das parcerias na superação dos desafios regionais. “Tabatinga é uma cidade de encontro de povos e, por ser uma fronteira aberta, estamos expostos a diversas doenças. Isso torna nosso trabalho desafiador, mas, com o apoio dos parceiros, conseguimos fortalecer a atenção básica e a vigilância em saúde. Sozinhos, não conseguimos fazer nada”, destacou.
A coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Alto Rio Solimões, Maria Geralda Ozório, chamou atenção para os impactos das mudanças climáticas na saúde indígena. “O tema é urgente, pois, durante a última estiagem no Amazonas, muitas comunidades indígenas ficaram isoladas, enfrentando escassez de água e alimentos, em uma situação crítica de vulnerabilidade”, ressaltou.
A região da tríplice fronteira Brasil–Colômbia–Peru enfrenta desafios significativos, como intensos fluxos migratórios, condições ambientais extremas e limitações estruturais. A programação do simpósio inclui simulado de fronteira, seminário sobre saúde na tríplice fronteira e oficina de participação social, promovendo a integração efetiva entre gestores, profissionais de saúde, autoridades e lideranças comunitárias.





