Comunidade do Igarapé do Gigante recebe 3ª edição do projeto ‘Como Construir Minha Própria Casa’, do curso de Engenharia da UEA

Estruturar, projetar, montar e assentar o revestimento. Construir a própria casa requer, dentre essas e outras características, conhecimento, segurança e investimento. Pensando nisso, acadêmicos e professores do curso de Engenharia Civil da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) foram até a Comunidade do Igarapé do Gigante, no bairro Redenção, zona centro-oeste de Manaus, ensinar 25 pessoas do local a arte da construção civil. O projeto, que chegou em 2018 na 3º edição, teve o apoio do REUSA, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

O curso durou duas semanas. Foram dez aulas teóricas e duas práticas. Os alunos da comunidade receberam uma apostila contendo informações de construção civil e, ainda, ganharam certificado. Durante as aulas, os alunos da comunidade aprenderam como construir uma casa partindo desde sua fundação, estrutura, instalação elétrica, sanitária, colocação de vigas, execução de alvenaria até chegar à fase final, como a cobertura.

Ao todo, mais de 40 alunos de Engenharia Civil da universidade atuaram na ação. Os acadêmicos ministravam as aulas em sala, enquanto os professores os auxiliavam. Nas aulas práticas, os docentes assumiam à frente junto com os estudantes.

Dentre os contemplados com as aulas está Luiz Cardoso. Com 15 anos, o aluno mais jovem da turma sonha em ser arquiteto e entrou no curso para adquirir conhecimento.  “Matemática é o que eu sempre estou estudando. O curso veio para clarear nossa mente, para ter bastante conhecimento prático e teórico da construção civil. Não se tornando somente mestre de obras, mas pessoas capacitadas”, disse.

Pedreiros experientes também estiveram nas aulas. Aos 38 anos, Jerry Cardozo dedica sua vida à construção civil há 10 anos. Para ele, o curso agregou sabedoria ao trabalho. “A importância desse curso é aprender. Hoje com a tecnologia muito avançada nós temos que procurar no mercado aprender cada vez mais, adquirir conhecimento”, destaca.

O professor mestre do curso de Engenharia Civil da UEA, Fernando Fernandes, frisou a importância do projeto nas comunidades. “No curso eles aprenderam também a economizar e olhar com qualidade para os materias”, disse.

A aluna finalista do curso e uma das organizadoras da ação, Jasmim Lens, acredita que a ação foi importante para os acadêmicos da Universidade. “Uma engenheira melhor e uma pessoa mais completa”, finaliza.

Para o reitor da Universidade do Estado do Amazonas, Cleinaldo Costa, o projeto agrega valor a instituição. “Essa é uma oportunidade de ouro para quem recebe esse aprendizado, para os alunos de graduação e, também, para a universidade por meio da extensão, que é levar o conhecimento da universidade a comunidade e naturalmente melhorar a qualidade de vida das pessoas. É exatamente isso que esse projeto consegue fazer”, disse.

Mulheres na construção – Dos 25 alunos da comunidade contemplados com a vaga para o curso, oito são mulheres. Desempregada e mãe de três filhos, a dona de casa Margareth Lima, 28, vislumbra o curso como uma nova oportunidade de trabalho. “Estou achando maravilhoso o projeto que mandaram para cá. Eu não esperava conseguir. E acho uma boa oportunidade para todos da comunidade”, disse.

Sobre o mercado de trabalho ser comandado pelo sexo masculino, Lima acredita que essa realidade possa mudar. “Eu sou mulher e, assim como outras que estão aqui, queremos entrar no mercado de trabalho. Então estou aqui também para adicionar conhecimento na minha vida”, destaca.

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