A deputada estadual licenciada e atual secretária de Estado da Assistência Social, Alessandra Campêlo, exaltou a criação do Programa Dignidade Menstrual, que visa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para meninas em idade menstrual que estudam nas escolas estaduais. O anúncio do programa aconteceu nesta terça-feira, 22/06, pelo governador Wilson Lima, durante evento na Escola Estadual Dr. José Milton Bandeira, no Monte Sinai, zona norte de Manaus.
“Essa é uma vitória para as nossas meninas. O programa de dignidade menstrual inclui não só a universalização ao acesso a absorventes higiênicos para as meninas em situação de vulnerabilidade social, mas também um processo de educação menstrual”, disse Alessandra.
Conscientização – Previsto para iniciar em agosto sob a coordenação da Secretaria de Estado da Educação e Desporto (Seduc), em parceria com a Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), o programa vai combater a falta às aulas e a evasão escolar. O Dignidade Menstrual também prevê a realização de campanhas educativas nas escolas tanto para as estudantes em processo de transformação quanto para os profissionais da educação.
“Os profissionais da educação precisam saber como abordar o assunto e deixar as meninas à vontade e os próprios jovens devem tratar esse tema com naturalidade, para que a menstruação seja entendida como um processo natural de transformação e não como um tabu”, disse Alessandra.
Propositura – No início deste ano, antes de se licenciar do parlamento estadual, Alessandra apresentou um Projeto de Lei (PL) que estabelece diretrizes para uma Política Pública da Dignidade Menstrual, que está em tramitação na Casa Legislativa.
Estatísticas – Em pesquisa divulgada recentemente no Brasil mostra que uma em cada quatro meninas já faltou aula por não ter condições financeiras de manter a higiene, consequência da falta de recursos para comprar absorvente. O estudo mostra ainda que 48% tentaram esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acreditam que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar.
Uma pesquisa de 2018 de uma marca de absorventes apontou que 22% das meninas de 12 a 14 anos no Brasil não têm acesso a produtos higiênicos adequados durante o período menstrual. A porcentagem sobe para 26% entre as adolescentes de 15 a 17 anos. Essas alunas chegam a perder mais de 40 dias de aulas por ano.