A Itália é frequentemente palco de incêndios criminosos, mas este ano a situação piorou. Segundo a associação Legambiente, nos últimos dois meses, cerca de 20 milhões de animais morreram em incêndios. São ouriços, veados, esquilos, tartarugas, lagartos, entre outras espécies de mamíferos, pássaros e répteis, que cercados pelo fogo e intoxicados pela fumaça, não conseguem fugir para locais seguros.
A estimativa de animais silvestres mortos é calculada com base nos hectares de terra queimada. Nos dois primeiros meses deste verão no Hemisfério Norte, cerca de 100 mil hectares foram devorados pelas chamas.
O massacre se repete de forma dramática todos os anos e diz respeito principalmente ao sul do país. No total, 55% das chamas concentram-se nas regiões meridionais da península italiana, como a Campânia, Apúlia, Calábria, Sardenha e Sicília.
O crime de incêndio é severamente punido por lei na Itália porque as consequências podem ser devastadoras, destruindo hectares de árvores e causando a morte de pessoas e animais, com incalculáveis danos ambientais. As penas podem chegar de 7 a 10 anos de prisão. Mas, apesar das penas serem severas para os incêndios criminosos, dificilmente elas são aplicadas. O crime organizado também se aproveita desta situação.
Os motivos de um incêndio podem ser vários: intimidar, causar danos à polícia, eliminar trechos de mata para novas construções, entre outros. Em alguns casos, na Itália, o fogo é provocado pelas próprias pessoas que devem apagá-lo, ou seja, trabalhadores florestais precários que querem receber um pagamento extra. O assessor para o Território e Ambiente da Sicília, Toto Cordaro, afirmou ao jornal italiano La Repubblica que “existe um plano criminoso nos incêndios”. Para agravar a situação, na região siciliana, cerca de 400 bombeiros florestais estão de férias a partir de 10 de agosto.