A Venezuela enfrentará “sanções severas e crescentes” se se recusar a aceitar seus cidadãos que foram deportados dos Estados Unidos, disse o secretário de Estado Marco Rubio na terça-feira.
O duro aviso vem no momento em que o governo Trump busca aumentar as deportações de venezuelanos que vivem ilegalmente nos EUA e exigir um programa de residência temporária para centenas de milhares de venezuelanos, o que pode abrir caminho para que eles percam seu status legal.
Muitos daqueles com status protegido migraram para os EUA em meio ao colapso econômico da Venezuela sob o regime autoritário do presidente Nicolás Maduro.
“A Venezuela é obrigada a aceitar seus cidadãos repatriados dos EUA. Isso não é uma questão para debate ou negociação”, escreveu Rubio no X. “Nem merece qualquer recompensa. A menos que o regime de Maduro aceite um fluxo consistente de voos de deportação, sem mais desculpas ou atrasos, os EUA imporão novas, severas e crescentes sanções.”
A ameaça ocorreu dias depois de Richard Grenell, enviado especial do presidente Donald Trump encarregado de garantir a libertação de seis cidadãos americanos presos na Venezuela, dizer que o governo Maduro havia concordado em aceitar voos de repatriação.
Maduro concordou em aceitar seus cidadãos após inicialmente se recusar a fazê-lo.
Em fevereiro, Trump encerrou uma licença de exportação de petróleo para permitir que a Chevron exportasse petróleo da Venezuela para os EUA. Ao fazer isso, Trump observou que o governo de Maduro não havia cumprido os critérios para promover eleições livres e justas.
O governo Trump está lutando para deportar membros de gangues venezuelanas de volta ao seu país. No fim de semana, 238 membros de gangues venezuelanas foram levados para uma prisão de alta segurança em El Salvador, apesar da ordem de um juiz federal bloqueando temporariamente as deportações.
Durante uma entrevista na Fox News Radio, Rubio agradeceu ao presidente salvadorenho, Nayib Bukele, por aceitar os migrantes.
“A Venezuela deveria aceitá-los, mas eles se recusam a aceitá-los. E então, temos a sorte de ter um amigo como o presidente Bukele que, como parte do meu encontro com ele, disse que os aceitaremos por uma fração do que custa a vocês abrigá-los em seu próprio sistema prisional”, ele disse.
“Acho que foi algo muito útil que El Salvador fez por nós e pelo presidente Bukele, e somos gratos a ele por isso. E, francamente, sinto que deveríamos continuar a fazê-lo”, acrescentou.
