Itália envia avião para Bolívia após detenção de Battisti e dizem que Lula esta desolado na prisão

Em novembro de 2009, parlamentares fizeram visita a Cesare Battisti (Foto: José Cruz/Ag. Brasil)

Um avião com policiais e membros dos serviços secretos a bordo seguiu para a Bolívia, onde o ex-militante de extrema esquerda italiano Cesare Battisti foi detido – informou o Ministério italiano do Interior neste domingo (13).

De acordo com a pasta, “o avião está voando há algumas horas”. O ministro do Interior, Matteo Salvini, disse a uma emissora de televisão local que “meios e homens já foram enviados”.

Lula desolado

Boatos direto de Curitiba e que o presidiário e ex-presidente Lula recebeu a notícia e ficou perplexo e desolado.

Apadrinhado de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu negar a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti, condenado à revelia por quatro homicídios em seu país. Ele recebeu pena de prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas entre 1977 e 1979. Na época, Battisti, que alega inocência, integrava a organização Proletários Armados Pelo Comunismo

A decisão de Lula aconteceu mais de um ano depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a extradição de Battisti, mas deixar nas mãos do presidente uma decisão final sobre o assunto.

Veja a cronologia do caso e entenda a situação do italiano:

– Junho de 1979: prisão de Cesare Battisti em Milão como parte de uma investigação pelo assassinato de um joalheiro.

– 1981: Battisti é condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por “participação em grupo armada” e “ocultamento de armas”. Ele escapa da prisão de Frosinone, perto de Roma, e se refugia na França.

– 1982: fuga para o México.

– 1985: o presidente francês François Mitterrand se compromete a não extraditar os ex-ativistas de extrema-esquerda italianos que rompessem com o passado, embora tenha excluído os que cometeram “crimes de sangue”.

– 1990: Battisti regressa à França e se converte em autor de romances policiais.

– 21 de maio de 1991: a corte de apelações de Paris nega uma demanda italiana de extradição.

– 31 de março de 1993: a corte de apelações de Milão condena Battisti à prisão perpétua por quatro “homicídios agravados” praticados entre 1978 e 1979 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).

– 20 de julho de 2001: Battisti pede naturalização francesa. Uma decisão favorável de julho de 2003 foi anulada em julho de 2004.

– 20 de dezembro de 2002: demanda italiana de extradição.

– 2004: Battisti é detido em Paris a pedido da justiça italiana, em meio a protestos de intelectuais, artistas e personalidades políticas francesas de esquerda. É libertado, mas mantido sob vigilância. A câmara de instrução da corte de apelações de Paris se declara favorável à extradição. Battisti recorre. O italiano não se apresenta à polícia como exige o sistema de vigilância judicial, e passa para a clandestinidade. A promotoria da corte de apelações de Paris expede uma ordem de detenção. O recurso de Battisti é rejeitado, e a extradição para a Itália torna-se definitiva. O primeiro-ministro francês Jean Pierre Raffarin assina o decreto de extradição; Battisti foge.

– 2005: o Conselho de Estado da França confirma a extradição. Os advogados de Battisti apresentam um recurso ante a Corte Européia de Direitos Humanos contra o decreto de extradição.

– 18 de março de 2007: detenção de Battisti no Rio de Janeiro. Desde então, cumpre prisão preventiva para fins de extradição na penitenciária da Papuda, em Brasília.

– 2009: o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concede status de refugiado político a Battisti, baseado no ‘fundado temor de perseguição por opinião política’, contrariando decisão do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O status não permite o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio. Em fevereiro, o STF nega pedido de liminar do governo italiano contra a decisão de conceder refúgio a Battisti.  Após a votação pela extradição, os ministros decidiram também pelo placar de 5 votos a 4 que a decisão final sobre a extradição caberia ao presidente Lula.

– 2010: presidente Lula nega pedido de extradição.

  • 2019: Battisti é preso na Bolívia, FIM.

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