As autoridades decidiram usar um artifício chamado de “critério de oportunidade”, recurso no Código Penal paraguaio que deixa livre de processo Ronaldinho e seu irmão.
Ele é usado quando os suspeitos admitem o delito e não têm antecedentes criminais no país. Mas mesmo assim o caso será encaminhado ao Juizado Penal de Garantias do país e, portanto, a decisão final será de um juiz. O promotor Federico Delfino comentou a posição do MP.
“O senhor Ronaldo Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho, aportou vários dados relevantes para a investigação e atendendo a isso, foram beneficiados com uma saída processual que estará a cargo do Juizado Penal de Garantias”, afirmou.
De acordo com informações da imprensa local, R10 e Assis são aguardados no Juizado nesta próxima sexta-feira — a dupla receberia uma pena social. Outras pessoas e funcionários públicos também estão no alvo da investigação. O caso provocou várias trocas de acusações entre autoridades do país e a renúncia do diretor de Imigração do Paraguai, Alexis Penayo.
Os passaportes e cédulas de identidade paraguaios do ex-jogador e de Assis foram expedidos ao nome de María e Esperanza e depois adulterados para possuírem os dados de Ronaldinho e o irmão. Ambas foram detidas e compareceram à sede da Promotoria contra o Crime Organizado na noite desta quinta, mas permaneceram em silêncio no depoimento, assim como Wilmondes.
O que aconteceu?
R10 e seu irmão chegaram ao Paraguai na na manhã da última quarta-feira para participarem de evento da ONG Fundação Fraternidade Angelical. Os documentos dos dois brasileiros levantaram as suspeitas das autoridades locais, que passaram a monitorá-los por uso de documentos falsos. À noite, já hospedados em um hotel, membros do Ministério do Interior e do MP locais realizaram buscas em seus quartos.
De acordo com o MP, passaportes, carteiras de identidade e telefones dos brasileiros foram apreendidos no Yacht y Golf Club.