Eduardo sobre reforma da Previdência: povo não pode pagar por privilégios

“O povo, que ganha um salário mínimo, não pode pagar pelas aposentadorias de quem ganha mais. Se há privilegiados, que eles mesmos paguem por seus privilégios. ” O desabafo foi feito nesta terça-feira (19/03) pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), durante audiência pública sobre a reforma da Previdência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Eduardo Braga defendeu um modelo de Previdência que aumente a contribuição de quem ganha salários mais altos e se paute pela responsabilidade fiscal e social, sob pena de se cometer injustiças. “Eu não vou votar para estabelecer, por exemplo, R$ 400 de BPC (Benefício de Prestação Continuada) no interior da Amazônia ou do Nordeste. Isso é desumano, é injustificável, ainda mais diante de aposentadorias quer ultrapassam os R$ 35 mil.”

O senador enfatizou, ainda, que a reforma da Previdência não pode, por si só, ser responsável pela garantia do equilíbrio fiscal. É necessário, segundo ele, uma “interlocução” com a reforma tributária para equilibrar as contas de estados, municípios e União.

Os números, de acordo com Eduardo, não podem ser analisados de “forma fria”, como se não tivessem relação com o cotidiano da população. Basta, disse ele, examinar o impacto das aposentadorias e pensões na renda per capita dos estados. Em Brasília, exemplificou, esse impacto seria superior a 20%; no Amazonas, estaria por volta der 7%.

A audiência pública na CAE contou com a participação de Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência, de Pedro Nery, consultor legislativo do Senado, de Felipe Salto, da Instituição Fiscal Independente, e de Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

Foto: Vagner Carvalho

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