As atualizações sobre o rastreio e o tratamento da tuberculose foram o tema central da webconferência Diálogos na Atenção Primária à Saúde, promovida pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), nesta terça-feira, 7/5. Ao longo de uma apresentação didática que durou mais de uma hora, a infectologista Tyane de Almeida Jardim, do Núcleo de Controle da Tuberculose, mostrou aos mais de 60 participantes, as metodologias para o diagnóstico, os tratamentos disponíveis e os protocolos a serem seguidos nos casos de infecção latente, quando não há uma manifestação ativa da doença.
Ao iniciar sua apresentação, a médica ressaltou que a tuberculose é a segunda doença infecciosa mais mortal no mundo, sendo a Covid-19, a primeira. Traçando uma linha histórica sobre a infecção, a médica mostrou como a transmissão da doença ocorre e os sintomas da tuberculose pulmonar (tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento).
Ao abordar sobre o diagnóstico em crianças, a profissional de saúde ressaltou que o exame de escarro, um método eficaz, é um desafio, visto que elas têm dificuldade em produzir o material. Mas o Ministério da Saúde, por meio de uma tabela que apresenta um sistema de pontuação, mostra uma série de sintomas que apoiam um diagnóstico provável, possível e a probabilidade mínima de que a criança tenha a doença.
“Por exemplo, sintomas como febre, tosse, adinamia (fraqueza muscular), expectoração, sudorese por duas semanas ou mais, são importantes e que devem ser analisados. Somado a isso, é preciso investigar se a criança teve contato com algum adulto com a doença e considerar seu estado nutricional. Neste caso, se a somatória totalizar 40 pontos, é muito provável que a criança esteja com a doença e precise iniciar o tratamento”, exemplificou.
Após discorrer sobre as formas de tratamento para o público menor de 10 anos e acima desta idade, Tyane Jardim, passou para a segunda parte da apresentação, destacando a transmissão e definindo o termo ‘contato’, que significa ‘toda pessoa que foi exposta ao caso índice ou caso fonte no momento da descoberta da infecção”. Essas informações são importantes para definir a investigação e adotar o tratamento a ser seguido.
Ao finalizar sua apresentação, Tyane reforçou aos participantes que a Infecção latente por tuberculose (quando a pessoa tem a infeção, mas a doença não evolui, e mesmo assim organismo não elimina o Mycobacterium tuberculosis), é muito frequente, alcançando 25% da população.
Outro ponto destacado é que a investigação inicial é clínica, mas pode requerer a realização de radiografia de tórax ou a Prova Tuberculínica, indicada para os contatos de pacientes diagnosticados com a tuberculose ativa e o Interferon Gamma Release Assay (Igra), teste realizado a partir de coleta de amostra de sangue do paciente, que pode ser solicitado por médico ou enfermeiro da rede municipal de saúde.
“Tanto a Prova tuberculínica quanto o IGRA têm características distintas e aplicações específicas, por isso o profissional precisa avaliar de forma assertiva em que casos devem ser empregados”.
A série de webconferências ‘Diálogos na APS” faz parte do processo de educação permanente e continuada dos trabalhadores da saúde realizado pela Prefeitura de Manaus. Esses espaços são fundamentais para o compartilhamento de conhecimentos, experiências, esclarecimentos de dúvidas e busca de soluções para situações que ocorrem no cotidiano das unidades da Rede de Atenção Primária.